Eu acredito que nada prova mais a força de uma fanbase pelo o quão ela pode se dedicar a uma franquia independente do que ocorra. Tem que ter uma muita força de vontade e amor pra criar um fangame de uma franquia já existente, impossibilitando qualquer ganho financeiro, apenas pra mostrar afeto por essa franquia. É ainda mais impressionante quando é uma franquia que o último jogo lançado foi em 2006 e não tem muita expectativa de um novo jogo.
Mais isso não é novidade pra franquia Mother, porque você sempre pode contar que seus fãs vão criar algo novo em nome da franquia (mesmo quando não parece saudável).
Geralmente a atenção vai pro Mother 2 ou 3, ou até mesmo pra criar uma continuação não oficial. Mas ocasionalmente alguém lembra que antes de EarthBound, teve o primeiro jogo da franquia lá em 1989, no Nintendinho.
Ocasinonalmente criam algo para o primeiro jogo, e quando digo ocasionalmente, é um bom bocado, só não é tanto comparado as suas continuações. Teve a versão comemorando o aniversário de 25 anos, que tá fazendo 10 anos em 2024, e ocasionalmente criam um hacks pra tornar o jogo menos maçante. Até tentaram fazer um remake/hack a uns 12 anos utilizando Mother 2 como base, que parece que alguém reviveu nesse ano...
Yeah!
Porém, não estou falando desse projeto, mas outro mais popular e mais ambicioso. É aí que conseguimos Mother Encore, a reimaginação do primeiro jogo que deve ser o máximo jogar, quando finalmente lançar em 2050.
Sério, essa coisa já foi anunciada a um tempo e não aparenta tá evoluindo muito.
Essa versão que estou jogando é a 0.3.0.1, então podem ter mudanças se a pessoa ter jogado uma versão mais antiga ou uma mais nova no futuro.
Site oficial do jogo: Mother Encore
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Pixels a mais fazendo a diferença |
Mother 1 tem uma história até simples. Tudo começou com um casal no inicio do século XX, George e Maria, que acabou desaparecendo um dia. 2 anos depois, George retornou e Maria nunca mais foi vista.
Pulando 80 anos no futuro, agora no ano de 1988, você é um jovem menino chamando Ninten. Como toda criança comum dos anos 80 no seu quarto, sua casa é atacada por um poltergeist e seu abaju tenta te matar. Você vence o abaju, mas desobre que o poltergeist está afetando a casa toda. Ninten salva as suas duas irmãs mais novas e ouve uma parte de uma melodia quando ele vai verificar uma boneca afetada pelo poltergeist, Ninten ouve parte de uma melodia, que não se entende exatamente o que raios foi isso que aconteceu.
Ninten também agora tem poderes psiquicos como ler mentes, derrotar poltergeist faz isso.
Ninten ouve de seu pai através de uma ligação telefônica, que seu bisavô, o George mencionado anteriormente, pesquisava sobre esse tipo de coisa, e deve ter conteúdo sobre isso no porão. Ninten vai verificar o porão e encontra o diário de seu bisavô. Após ler algumas páginas do diário, Ninten desmaia e ouve uma voz o chamando, dizendo que deve encontrar uma concha em uma caverna , para que assim, a "verdade do mundo seja revelada!".
E o objetivo da demo é chegar nessa concha.
A demo não é muito longa, umas três horas de jogatina você chega lá, o que é esperado considerando que ela só contém a primeira região do jogo.
Encore faz o óbvio, que é modernizar o jogo, e isso inclui pegar elementos futuros da franquia. Ao invés de os encontros serem randômicos, os inimigos aparecem no mapa e você começa um combate entrando em contato. Os pontos de vida e psiquícos (equivalente a magia) tem um sistema de rolamento que vai permitir que você possa se salvar de um ataque mortal se se curar ou terminar a batalha antes...
São esses tipos de mecânicas que quem jogou Mother 2 e 3 já conhecem. Ainda sim, tem umas mudanças e novidades.
Correr não é igual a Mother 3, que controlar os personagens era como dirigir um carro desgovernado. Em Encore é só segurar botão e o personagem corre, para de segurar e ele apenas anda, o que é bem mais conveniente.
Também adicionaram um botão de ataque, que permite ao Ninten bater nos inimigos antes da batalha. Esse ataque é baseado no dano básico do Ninten, e serve como uma rodada a menos pro jogador se preocupar, e dependendo do inimigo, pode derrotá-lo e evitar a batalha por completo. Esse ataque também pode ser usado para destruir objetos no cenário. Não fazem coisas muito interessantes com ele e ele nem é usado fora do local onde ela é adquirida, mas ainda é um acrescento bacana.
Também adicionaram uma pena que permite a Ninten saltar em lugares específicos. Também não fazem muito com ela, mas ao menos ela é utilizada em mais locais além da onde você a pega.
Eles também não adicionaram aquela mecânica de ritmo de Mother 3, que precisava pressionar o botão de atque de acordo com a música tocando na batalha. Eu nunca fui bom nele, mas se tu era bom ou sente que tornava a batalha menos monotôna e mais engajante, tem esse contra.
Os gráficos são Mother 3 com esteróides, o que é em geral algo positivo, Mother 3 é um jogo bem bonito até hoje, com bastante charme, e o pessoal do Encore fez um excelete trabalho em entender a estética daquele jogo e transferir ela pra essa reimaginação do primeiro jogo, inserindo muitos mais detalhes e personalidade nos cenários. Acho que meu único problema é que eu acho que a estética mais "medonha" e menos vibrante do orginal, me agrada mais. Dava uma personalidade mais única pro jogo, provavelmente era mais efeito da limitação na paleta de cores no NES do que decisão artística, mas o resultado oferecia uma atmosfera mais tensa que não sinto nas continuações, ajudava mais na sensação de urgência com os aliens invadindo, pessoas sendo abduzidas, o fim da humanidade chegando.
O formato do mapa não mudou tanto assim, além de umas coisas que eu considero positivo como terem alterado o mapa principal pra ter caminhos que tenham um propósito e esconder itens, ao invés de ser um absoluto nada. A cidade alteraram a parte interna dos ambientes para ser mais agradável de explorar, o shopping por exemplo, você pode acessar todas as lojas de uma mesma sala, ao invés de subir vários andares de escada para chegar numa loja específica.
As dungeons também receberam algumas mudanças. Gosto da subversão de expectativa no cemitério. O local onde a Pippi estava presa no jogo original revela uma alavanca, que aos er acionada, abre uma entrada para uma caverna enorme a ser explorada. O zoológico não teve mudanças tão drásticas, tirando ter ficado mais linear e o Ninten ficar saltando por aí.
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Uma caverna gigante a ser explroada em uma cemitério. | |
Os inimigos tiveram uma repáginada também. A aparência original deles não tinha envelhecido mal, mas o novo visual é bem vindo. Estranhamente, o cão raivoso é muito mais forte nessa versão se comparado ao jogo original, nem no level 20 você derrota um deles com o taque básico, e o ataque dele é até bem alto pro quarto inimigo que você vai encontrar no jogo.
Por enquanto tiveram dois efeitos negativos no jogo, envenenar e cegar. Cegar é mais óbvio que o personagem vai errar o ataque básico mais que o normal, veneno no entanto teve uma mudança interessante, ao invés de o personagem ir perdendo um pouco de vida com o tempo, o sistema de rolamento que faz sua vida e psique cair, desce mais rápido, dando menos tempo pra o jogador reagir.
Inimigos comuns não são muito interessantes de se enfrentar, geralmente é só um e quando é mais é o mesmo tipo de inimigo. Isso depende de como os inimigos estão posicionados no mapa e tal, mas dificilmente tão organizados de forma que vão ter inmigos distintos lutando. Pode ser exagero considerando que isso é o inicio do jogo, vão ter inmigos com habilidades mais variadas e companheiros que vão ter habilidades diferentes, mas as batalhas com o Ness no inicio de Mother 2 e o capítulo um de Mother 3 exigiam um pouco mais de variedade e eram menos chatos.
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Os mortos não vão descansar até arruinar a jornada do garoto |
Um dos problemas no combate que eu percebi nos mestres, não é extamente difícil, mas a batalha contra eles é 90% ataque básico, e ocasionalmente cura, o último chefe da demo foge um pouco disso com a habilidade de chamar inimigos na batalha. Acho que em grande parte o incômodo vêm pelos chefe serem entupidos de vida, eu trocaria eles darem mais dano por eles terem uma barra de HP menor.
Também tornaram um dos inimigos do jogo original que era um fazendeiro raivoso em um chefe, e esse chefe é até fortinho e pode te matar se tu não tiver cuidado.
Uma pequena reclamação pessoal minha é que ao chegar no nível 20 com o Ninten, a Pippi não ganha experiência. Isso não importa pra 99% de quem vai jogar, mas pra quem quer entupir personagem de level como eu, tentar enfrentar o fazendeiro com a Pippi no level 1 é triste.
A trilha sonora sofreu umas mudanças. Considerando que o original era do Nintendinho e aquilo não era feito pra permitir música a não ser que você fosse um gênio, e mesmo assim, era extremamente limitado, isso era esperado.
Agora todas as músicas tem bem mais instrumentos e um som bem mais claro.
Caso tenha interesse em ouvir como ficou, tem um canal do YouTube dos próprios produtores com a trilha sonora. É só clicar aqui.
Retornando as mudanças, fizeram várias relacionadas a acessibilidade, incluindo que o jogo tem trocentas linguagens diferentes, incluindo português, e não pegaram leve nessa área não. Até o nome dos estabelecimentos muda dependendo da linguagem que você escolher. Isso é dedicação.
Além de outras mudanças foram permitir que você escolha entre teclado e controle, o mapeamento das teclas e botões, até definir o tipo de controle que você tá usando (Microsoft ou Sony) pra os botões não te confundirem.
Tem umas outras coisas que não estou mencionando, mas o que estou tentando dizer, é... produtores tão se esforçando pra tornar jogar o jogo o mais confortável possível.
Num geral, o projeto tá fazendo boas coisas que eu estou gostando e espero que o essa fan remake seja concluido. Especialmente considerando que tão expandindo em certos áreas a historia ou alterando pontualmente em outras, e por enqunato, essas mudanças vem me agradando.
Meu maior poblema é que não estou muito confiante que vá ser concluido, e enquanto o projeto vai seguido seu rumo, a melhor forma forma de jogar Mother 1 ainda é a versão de 25 anos que também foi feita por fãs, já que a Nintendo não vai mexer nessa franquia tão cedo, podem apostar.
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Time da demo |
Obrigado a todos que leram esse artigo. Até o próximo.