segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Opinião sobre a Trilogia Efeito da Massa

 


Só pra deixar claro antes de começar, eu não vou falar sobre a trilogia lançada recentemente pela EA especificamente.


Eu joguei a versão desses jogos no meu Xbox 360 apenas, e não joguei nenhuma das DLC's, tirando aquela que altera levemente o final de Mass Effect 3. 


Minha intenção não é fazer uma avaliação profunda dos jogos, irei dar minha opinião geral de cada jogo e seguir para o próximo.


Esse artigo tem spoiler, então não leia se acha que isso vai arruinar sua experiência de alguma forma. E também é esperado que você saiba um mínimo da franquia porque eu não estou com paciência pra explicar nos mínimos detalhes tudo que a franquia tem a oferecer.


A série apesar de ter começado como uma mistura de RPG com jogo de tiro em terceira pessoa, ela foi cada vez mais deixando de lado o primeiro enquanto aumentava o segundo, tanto que nem dá pra considerar o terceiro game um RPG direito, de minha parte só o considero um jogo de tiro com poderes.


E acima de tudo, essa série é muito cinematográfica, gráficos bonitos, cenas bem produzidas, muitos diálogos, iluminação, apresentação... tudo isso sempre recebeu um grande foco desde o primeiro jogo da franquia.


A franquia Mass Effect também tenta mostrar um futuro com a humanidade explorando o espaço por uma linha mais realista, sendo um pouco mais condizente com o que o nosso futuro realmente seria. Não no nível de The Expanse, mas ainda mais próximo que Star Trek.


Mass Effect 1 foi lançada em 2007, ainda como um exclusivo da Microsoft. Só sendo portado para um console da Sony em 2012.


O jogo como aparenta, se passa num universo futurista, onde a humanidade já consegue viajar pelo espaço e ter contato com outras espécies alienígenas.


A humanidade estabeleceu seu contato com as outras espécies a apenas algumas décadas, e vem passando todo esse tempo desde então tentando provar sua competência, enquanto tenta se colocar num lugar de prestígio nessa nova sociedade.


A melhor forma para conseguir esse prestígio é colocar um membro da raça humana entre os membros do conselho. Onde apenas as espécies mais influentes e poderosas participam.  Os asaris com suas habilidades como diplomatas, os salarians com seus conhecimentos científicos, e os turians com o conhecimento militar.


A melhor forma que os humanos encontraram para conseguir um espaço no conselho foi primeiro conseguir inserir um humano como um spectre. Que seriam policiais mega fodões sem necessidade de responder a qualquer regulamentações ou burocracias que atrapalhassem suas missões.


Yeah... basicamente protagonistas de filmes de ação da década de 80. Até o chefe (conselho) reclamando tem no jogo.


É nesse momento que temos o nosso personagem, Shepard. O humano mais incrível, perfeito, fabuloso e fodão do universo. Isso não sou eu falando, a série trata ele assim.


O jogo começa com Shepard é enviado para uma colônia humana sendo atacada por uma raça robótica chamada geth, que obteve consciência própria e se tornou hostil com espécies biológicas. Tudo isso acaba sendo um teste para avaliar as capacidades de Shpeard, e ver se ele vai ou não se tornar um spectre.


As coisas dão errado, o avaliador do Shepard morre, e uma relíquia antiga dos protheans, uma civilização que desapareceu a 50 mil anos, é destruída.


Shepard viaja para a Citadel, que seria basicamente a cidade mais importante desse universo, para ser discutido os resultados da missão. O conselho não apenas nega Shpard de ser aceito como spectre, como ainda aumenta a desconfiança a relação com a raça humana.


Sua próxima hora de jogo se torna provar sua inocência, e provar que Saren, o melhor spectre está por trás do ataque.


Você prova sua inocência, se torna um spectre, e começa a explorar o universo tentando parar Saren, enquanto tenta entender qual o seu plano maligno.


Em um dado momento você descobre que Saren era apenas um subordinado de Sovereign, um membro de uma raça cibernética altamente avançada que elimina todas as raças avançadas do universo a cada 50 mil anos.


Shepard sobre isso "você é apenas uma máquina. E máquinas podem ser quebradas".


O MAIS FODÃO.


Logo depois se descobre que a Citadel é um instrumento para sinalizar os outros reapers que o extermínio de toda a vida chegou, e sobra pra Shepard e amigos impedir Sovereign e Saren de fazer essa chamada.


E assim o fazem, salvando o dia, por enquanto, até a chegada dos reapers. E o jogo termina com Shepard prometendo achar os outros reapers e proteger o universo. Tendo uma cena dele com posição fodona antes dos créditos começarem.


Essa é a trama do primeiro Mass Effect.


Mass Effect 1 é o que eu considero o mais competente da franquia.


A trama não é tão exagerada ou mirabolante quanto as suas continuações e possui um maior clima de mistério. Tendo mais foco em investigações e em eventos menores.


Maior foco em exploração: viajar pra planetas e explorá-los com o mako, lidar com os problemas na região, encarar ambientes variados em planetas desconhecidos. 


Mais elementos de RPG: os personagens possuem mais habilidades que realmente são poderes com funções diferentes, paralisar, ataque em área, levitar inimigos, invencibilidade. Habilidades fora de combate como hackear. E várias dessas habilidades dependem das classes, o que torna a escolha delas mais importante, elas influenciam inclusive em quais armas o seu personagem vai poder usar. Ele também possui um sistema de inventário.


Escolhas tem mais relevância: Você pode conseguir itens ou até evitar combates inteiros usando paragon ou renegade, inclusive você terá um momento pra decidir se salva um de dois dos seus companheiros, e o que você deixar pra trás nunca mais volta.


Isso são os pontos principais de eu preferir esse jogo as continuações.


Ele não é perfeito nessas áreas, os elementos de RPG sem bem básicos se comparar com outros jogos de RPG, que possuem sistemas de inventário mais organizados e complexos. 


A exploração dos planetas se torna repetitiva por serem vazios, possuírem pouca variação na ambientação entre si, e geralmente só possuem um até três estabelecimentos nele, e sua maioria é corta e cola um do outro, com uns três padrões sendo reutilizados sem parar. E os controles do mako são horríveis.


Apesar de serem mais importantes, as escolhas muitas vezes só mudam uma cena, que você espera que vá levar a uma grande mudança na continuação (salvar ou não o conselho, matar ou liberar a rainha rachnl).


Tem outro pontos que as pessoas costumam criticar, como os companheiros do Shepard serem fracos e o combate ser péssimo.


Sobre os companheiros, até concordo, nenhum deles me pareceu marcante, você não faz muito com eles a não ser ter algumas conversas para entender melhor o que pensam e suas histórias, com o jogo em certos casos dando uma missão com ele que nem é memorável ou muito diferente das outras missões secundárias. 


Até digo que Mass Effect 2 e 3 fez um ótimo trabalho com os protagonistas do primeiro jogo, de todos os personagens da franquia, os que mais cresceram e evoluíram foram eles.


Sobre o combate... nessa área eu discordo muito do pessoal que afirma que o segundo e terceiro jogos são melhores, principalmente do segundo.


Diferente de Mass Effect 2 e 3, eu nuca encarei Mass Effect como um jogo de tiro em terceira pessoa, não pelo menos só isso. Mas como uma mistura disso com um RPG, e eu gosto dessa fusão, torna o combate diferente de outros jogos de tiro, e até hoje torna ele meio que único numa indústria lotadas de jogos de tiros baseados em cobertura realistas. Usar poderes para derrotar inimigos também com poderes é legal, principalmente quando tem habilidades como paralisar, levitar barreiras, e coisas do gênero. Isso é muito mais interessante que apenas alterar o efeitos que os disparos da sua arma tem.


Sim, os controles são desleixados, e ruins para o padrão de outros TPS, mas é um jogo de 2007. Jogos de tiro em terceira pessoa baseados em cobertura eram uma novidade. O primeiro Gears of War saiu apenas um ano antes. E a empresa que criou o jogo só tinha feito apenas RPGs até aquele momento.


Não é um sistema de combate perfeito, mas é melhor do que eu acho que as pessoas dão o devido mérito, principalmente considerando o período.


Mass Effect 1 pra mim foi uma experiência da sua produtora. Tentaram fazer algo mais voltado pra ação, sem abandonar o RPG, enquanto criavam uma história e universo interessantes de acompanhar. E se saíram relativamente bem no processo, apesar de eu achar que os elementos de RPG deveriam ter mais relevância.


Mass Effect 2 ele com certeza uma coisa.


Entre o primeiro jogo lá em 2007 e o lançamento do segundo em 2010, a EA, também conhecida como a empresa mais pau no cu da indústria de jogos, comprou a Bioware, empresa produtora da franquia Mass Effect. E os sinais de sua influência já podem ser vistos já nesse jogo.


Mass Effect 2 tentam ter um universo ainda mais realista que o do primeiro, mas com aquela mentalidade que ser mais realista, é ser mais sombrio e mostrar muita merda acontecendo.


O jogo já começa com a sua nave sendo destruída e o Shepard sendo morto.


Talvez o Shepard não fosse tão fodão quanto eu acreditava...


Uma organização chamada Cerberus traz ele de volta a vida depois de dois anos, gastando bilhões que poderiam ter sido gastos em naves e outras coisas mega importantes no processo, pra o Shepard salvar o dia de novo.


O MAIS FODÃO!


O líder da organização, o Illusive Man, diz a Shepard que várias colônias humanas vem sendo atacadas nos últimos dois anos por seres chamados Collectors. Esses seres sequestram os humanos nessas colônias sem deixar nenhum rastro das vítimas que viviam nessas colônias. E o Conselho se recusa a investigar, pois essas colônias estavam fora de sua jurisdição.


Shepard então fica encarregado de reunir uma equipe com os melhores seres do universo, e invadir a base dos Collectors, acabando de vez com os seus ataques aos humanos.


Essa é a história de Mass Effect 2.


Ela com certeza foi mais fácil de resumir se comparar a do primeiro. 


Isso se justifica porque no geral, a maioria da campanha do jogo se resume a encontrar os membros que você vai trazer para a invasão da nave dos Collectors, e fazer uma outra missão para melhorar sua relação com elas. É como se o ato 2 quase inteiro desse jogo fosse apenas isso, e esse ato ainda é muito maior que os outros.


Então... Yeah. Você mal vai ter confrontos com os Collectors durante grande parte do jogo. Tirando algumas poucas missões enquanto você vai reunindo membros pra sua equipe e a missão final, você nem vê eles. Talvez os criadores tivessem achado que o Geth no primeiro jogo teve uma presença em excesso, e decidiram que o segundo jogo deveria ter uma participação menor ou algo assim, não sei.


O que eu posso dizer da história desse jogo? Parece uma união de esquadrão suicída com Guardiões da Galáxia. 


Parece estúpido se for comparar ao tom mais investigativo que tentava construir um mistério do primeiro. Mass Effect 2 em comparação parece um filme de ação bobalhão onde a cada 5 minutos precisa ter ação ou fica chato. O jogo é lotado de cenas de explosão e tiroteios.

Mas o pior de longe é que Mass Effect 2 inteiro parece um filler do caralho. Mass Effect 1 termina com a mensagem que os reapers estão chegando e vão atacar. 


A história de Mass Effect 2 são uma raça que trabalha para os Reapers, que nunca foi mencionada no primeiro jogo, e que mal é mencionada no terceiro, estão sequestrando humanos de colônias, então nem é uma crise universal como o primeiro, só afeta humanos e apenas humanos de áreas isoladas.


No final do jogo se descobre que esses humanos estavam sendo usados para criar um reaper humano. Que os reapers estão criando porque toda vez que eles realizam esse genocídio deles, eles fazem isso aparentemente, também nunca é mencionado no primeiro jogo e mal é mencionado no terceiro.


Mas a decisão de escolherem a raça humana sempre me faz dar risada. Basicamente o motivo disso é porque eles acham o Shepard foda.


...


...


O MAIS FODÂO!!


Voltando ao papo da história desse jogo ser filler.


Shepard e sua equipe derrotam o reaper humano, destroem as bases dos Collectors, adquirem informações sobre os reapers, e vão a Aliança da Terra se preparar para a chegada deles.


Ou caso você tenha escolhido a Cerberus, você entrega a nave dos Collectors para o Illusive Man e seus homens, enquanto também se prepara para os Reapers.


Nenhuma desses duas opções não servem de nada no terceiro jogo, e no final das contas os reapers não fizeram porra nenhuma nesse jogo. Você nem se quer vê eles. Qual foi o ponto de tudo isso? Nem é como se os companheiros que você adquire nesse jogo fossem influentes em Mass Effect 3. Todos os personagens que supostamente teriam papéis muito importantes em Mass Effect 3 são substituídos por outros personagens caso tenham morrido, então não se ganhou nada nesse jogo. A história desse jogo não importa pra trilogia. 


Em defesa ao jogo existe coisas que gosto na narrativa dele. 


Foco em cenas mais voltadas para expandir o universo e conhecer melhor outros povos e seus problemas, você inclusive visita o lugar onde moram os quarians e os krogans, povos que você em maioria só ouviu falar no primeiro jogo, além de outras cidades que não sejam a Citadel. Então ao menos Mass Effect 2 tenta colocar o jogador para conhecer novos ambientes e conhecer quem vive neles, o que é legal.


As cinemáticas e sua apresentação também são consideravelmente melhores ao do primeiro jogo. Logo tem isso também.


Agora focando nos personagens, já que as missões deles são o que mais tu vai fazer nesse jogo.


Mass Effect 2, diferente do primeiro, possui 10 companheiros para a sua equipe, mais se considerar DLC's. E tirando os três primeiros membros que você recruta que você adquire antes de finalmente o jogo permitir que você explore o universo como quiser, você terá 7 missões para recrutar membros, e 10 missões para melhorar a relação com eles.


Meu maior problema com esse sistema é como já dito, ficar recrutando pessoal parece muito algo secundário, e que nenhum recrutamento realmente está ligado ao ataque as colônias. Tornando essas missões irrelevantes para a trama principal do jogo.


Os personagens em si são uma misto quente. Tem persoangens que eu realmente gosto como o Mordin e o Grunt pelos seus arcos e desenvolvimento, e tem personagens como o Jacob e a Samara que eu apenas ignoro e cago.


A melhor coisa foi ver como os personagens do primeiro jogo estão depois desssa pasagem de tempo. O Wrex se tornando o líder da raça dele, o Garrus se tornando um vigilante, a Liara se tornando líder da Shadow Broker. O crescimento deles em relação ao primeiro jogo foi o ponto mais forte nessa viagem para montar a nova equipe.


As missões como a maioria das missões em Mass Effect 2 é você atirar em todos que você encontra em um corredor. Esse jogo é lotado de tiroteio, comparar isso com o primeiro jogo é como comparar Rambo 1 com o 2. Nesse momento fica muito escancarado como a Bioware deu muita mais importância para a ação em comparação com a exploração ou os diálogos. Eu acho que não tem uma única opção de diálogo que evite um combate nesse jogo. Algumas opções de renegade você mata alguns inimigos, mas o combate em si é inevitável. 


E esses confrontos tão longe do ideal. ME 1 tinha a justificativa de ser uma mescla entre um jogo de tiro e RPG, e ter saído numa época que esse formato ainda era novo. ME 2 não tem essa justificativa, jogos de tiro baseados em cobertura já estavam consolidados lá em 2010, e a Bioware já deveria ter se ajustado ao gênero até aquele momento, principalmente quando decidiu focar bem mais nele nessa continuação.


Diferente de Mass Effect 2 que seus personagens tinham pelo menos umas 10 habilidades que iam sendo melhoradas com o avançar dos níveis, Mass Effect 2 só deu 6 pro Shepard e 4 para seus companheiros, além dessas habilidades em sua maioria serem coisas como colocar efeitos nos disparos da arma, como fogo e gelo, nem é uma habilidade com uma função realmente diferente. 


E os controles apesar de serem em geral competentes, eles devem a outros jogos de tiro, e o sistema de cobertura até funciona pior se comparar ao primeiro jogo.


As armas agora possuem balas e pentes que você precisa pegar para carregá-las, ao invés de terem munição infinita que superaquecem caso você atire mais do que deveria, como era no primeiro jogo. Essa é uma medida que aprecio, porque coloca um pouco mais de estratégia no combate, já que você agora precisa se preocupar com a munição que gasta e se preocupar em explorar para adquirir mais.


A escolha por novas armas se resume a comprar a mesma arma dando mais dano, o que sempre é vantajoso, e os upgrades em geral do jogo são bem simples, como mais dano e mais defesa. O que faz eles serem bem sem graça e não exigir nenhum uso do cérebro por sua parte. 


E os tiroteios em si, são você se esconder numa cobertura, matar um inimigo, levar tiros ao ponto de precisa se esconder para o escudo se regenerar, matar outro inimigo, e por aí vai. O que torna eles irritantes e um saco.


Após todos os vários combates, você geralmente terá a decisão mais importante da missão, onde você finalmente terá diálogos com escolhas. Pena que a maioria das consequências ficam na cena em si, pois a maioria delas você apenas recebe uma mensagem depois com a pessoa agradecendo ou reclamando de você. 


Que merda. Nem considero esse jogo um RPG, considero um jogo de tiro e vou avaliar ele como um jogo de tiro.


O que tenho mais a dizer sobre o jogo...


A exploração com o Mako foi substituído por um mini game de minerar planetas muito chato e irritante. Que você vai ter que fazer caso queira melhorar sua nave e evitar que algum companheiro seu morra na invasão a nave dos Collectors.


Eu sei que fiz um jogo parecer uma merda, coisa que não acho, mas ele é tão fraco que me impressiona que o pessoal tenha avaliado ele tão bem. Tirando apresentação, gráficos, cinematografia e trilha sonora, não tem nada que realmente ache que esse jogo realmente faz muito bem. 


Concordo que o jogo faz um trabalho melhor com os companheiros que o Shepard tem, mas o jogo teve que sacrificar bastante do conteúdo da história pra isso, e ele nem se saí tão bem nessa área pra eu achar essa troca justificável, eu estaria perfeitamente bem com uma equipe de apenas 6 membros como em Mass Effect 1. 


O combate que muitos elogiam por realmente funcionar como um jogo de tiro não me importa, porque eles tiveram que arrancar vários elementos que eu gostava bem mais na série como exploração, habilidades e diálogos envolvendo decisões em troca disso. Se você prefere ação em comparação a essas coisas que mencionei, tudo bem, eu também gosto de jogos de tiro, mas pra mim Mass Effect 2 nem é tão bom como jogo de tiro pra ao menos justificar tudo isso.


Talvez o grande problema é que eu ouvia tanto sobre como esse jogo era bom, que eu pensava que Mass Effect 2 seria o primeiro só que melhor.


Se a minha opinião sobre o segundo já não é muito boa, a do terceiro que é o mais criticado da trilogia deve ser péssima. 


Mass Effect 3 começa um ano depois do segundo jogo. Shepard se rendeu a Aliança da Terra. 


O que aconteceu com a opção em que o Shepard entregou as informações a Cerberus no final do segundo jogo? Só os criadores sabem. Ou quem jogou alguma das DLC's de ME2, caso algumas delas explique porque o Shepard não tem mais nenhum relacionamento com a Cerberus. Ainda sim, caso tenha, isso é um tapa na cara de quem achou que ia estar do lado da Cerberus no Mass Effect 3.


tentando avisá-los sobre os Reapers. Como todos burocratas nessa franquia, eles sempre cagam pro que o Shepard tem a dizer.


Sério, figuras políticas em Mass Effect parece que foram escritas por Ancaps, eles sempre fazem o oposto do ideal. 


Quando finalmente o conselho da Terra parece que vai ouvir o Shepard, os Reapers finalmente atacam. Explosões e combates pra caralho acontecem, e Shepard precisa abandonar a Terra para reunir forças pra derrotar os Reapers.


Antes de viajar para a Citadel, Liara avisa de Marte sobre um possível arma capaz de derrotar os Reapers que coincidentemente foi descoberto nesse momento de urgência.


A partir daí o jogo se resume a você ir reunindo um exército com todas as espécies no universo enquanto ao mesmo tempo vão construindo essa arma para derrotá-los. Enquanto isso você vai lidando com problemas recorrentes desde o primeiro como a relação caótica entre os quarians e o geth. E a Cerberus que por algum você vai ter que enfrentar eles todo momento que não estiver enfrentando os Reapers, porque 


O Illusive Man nesse jogo acha uma boa ideia tentar controlar seres artificiais que podem ter milhões de anos de idade, sem contar sua alta inteligência, com um histórico de doutrinar todos que tiveram contato com eles é uma excelente ideia. Tão boa que ele vai ferrar toda medida sua que ajudaria muito aos Reapers não eliminarem a todos.


...


Ao menos a história desse jogo parece importante.


Falando sério, esse jogo é a Bioware dizendo foda-se para o RPG de vez. O jogo caga em várias decisões dos jogos anteriores que deveriam ter peso aqui na sua cara, o conselho que você salvou ou não? Tem outro aqui que é exatamente igual caso você não tenha salvado. Escolheu o Anderson como chanceler? O Undina vai ser aqui, embora nesse ao menos tem a justificativa do Anderson estar ajudando os humanos na Terra. Matou a rainha dos rachnl? Tem outra aqui.


Eu não vou endeusar ME 2 nesse departamento, porque entre cagar completamente pra suas decisões, e alterar apenas cenas isoladas que não importam quase nada para a história, a diferença acaba sendo mínima.


Mas, argh... A série sempre se vendeu pelo discurso de suas decisões importarem, e como as ações que tu toma no jogo anterior teriam muito impacto no seguinte. Terminar a série com várias das suas decisões no final das contas não importando nada é decepcionante.


"Mas é  muito custoso fazer essas mudanças!"


Então que nem tentassem e não vendessem isso como o chafariz da série. Estou reclamando disso porque a própria Bioware e seus fãs promoviam a série principalmente por esse ponto. 


Mass Effect 3 é ainda mais tiroteio bobalhão se comparado ao segundo jogo. Ainda mais tiroteios e explosões. E enquanto Mass Effect 2 ainda se esforçava para se vender como uma obra madura e séria, Mass Effect 3 até rival edgy ninja foi inserido no jogo.


Não acho que o salto na queda de qualidade na trama foi tão alto quanto o pessoal vende. Mass Effect 2 já era bem estúpido se for pensar a fundo. Dono de organização secreta com muita cara de vilão, companheiros com personalidades mais exagerados, as decisões Renegade sendo um cuzão que só quer fazer merda com pouca ou nenhuma justificativa plausível, maioria dos conflitos eram solucionados com tiroteios e mais tiroteios, cenas de ação glorificadas em todo canto.


Mass Effect 3 acaba sendo mais um degrau subido, parando pra pensar bem.


Você volta a ter 6 (mais com DLC) membros nesse jogo, 4 deles do primeiro, um do segundo jogo que era apenas um membro que você não levava nas missões, e um personagem completamente novo.


Yeah... Muita gente ficou incomodada com a redução de companheiros e a maioria ser membro antigo. Principalmente quando o novo é o estereótipo de personagem latino ultra macho, que no fundo é uma pessoa doce. 


Não existem mais missões para aprofundar o relacionamento com os companheiros, o que seria estranho num contexto de universo sendo atacado por uma espécie extremamente poderosa.


Mas se arranjasse um jeito de juntar isso dessa vez com a história do jogo, poderia ter o melhor dos dois mundos. E até ocorre mais ou menos em Mass Effect 3, já que todos os companheiros que você encontra estão em algum conflito com a Cerberus ou os reapers nesse jogo.


Você irá encontrar vários dos seus companheiros de toda a franquia ao longo desse jogo. E apesar de muitos dependerem de uma extrema coincidência para o Shepard ter encontrado, ainda acaba sendo legal reencontrar companheiros antigos. Como ME 2, reencontrar os velhos membros de bordo e ver o que eles vem fazendo é a coisa mais interessante ao longo da história.  


Aqui é onde você encontra uma das maiores sacanagens desse jogo é que se alguma das missões secundárias envolve um ex-companheiro seu, e ele ter morrido, você apenas não terá a missão. Quem jogou de Renegade em Mass Effect 2 vai ser recompensado com menos conteúdo pra jogar. Isso é uma das coisas mais escrotas que já vi. Os criadores tão basicamente dando um dedo do meio pra quem tenha tomado uma linha de decisões que o próprio sistema de moralidade da série apoia que você siga.


O Renegade em ME2 pode ter tornado o Shepard num cuzão, mas ao menos ele não tirava conteúdo de você.


Tá, mas e a jogabilidade? Ela também piorou?


Ahhhhh... depende.


Mass Effect 3 foca ainda mais em tiroteios enquanto elimina outros recursos.


Os diálogos são piores que os dos antecessores. O ponto mais óbvio é que você não tem mais a decisão de dar respostas neutras, ou são boas ou maus. Não que eu me importe com isso, já que o sistema de Paragon e Renegade sempre desestimulou respostas neutras, que sempre davam as piores recompensas e os piores desfechos para as missões. Então no final das contas ele só se livrou de algo que a série sempre tratou como inútil ou punitivo ao jogador.


Todas as suas escolhas giram em torno de conseguir pessoal para a grande batalha contra os reapers, o jogo até mostra uma barra mostrando quanto você já tem e quanto seria necessário para conseguir um resultado decente. Até um grupo de soldados que tu salvou lá no primeiro jogo contam pra essa barra.


E isso no final das contas não importa, já que o jogo basicamente espera que você tome as outras decisões que só dependem da última escolha que você vai fazer nesse jogo, e decidir por não escolher nenhuma delas não é um bom final pra a humanidade e os outros povos.


Então, yeah... No final das contas isso não importa, geralmente suas decisões vão influenciar apenas aquela cena e não mais que isso. E você nem sequer recebe um e-mail dessa vez.


O jogo é mais linear que ME 1 e 2, você vai poder parar a missão principal em vários momentos para fazer missões secundárias, mas a campanha principal mesmo você não possui qualquer escolha da ordem que as missões serão feitas. O jogo volta a ter apenas a Citadel como o único hub que você pode explorar, em contra partida ao ME 2 com três. Ela ao menos tem mais conteúdo que qualquer um dos Hubs de MS2, mas ainda considero ela mais um bando de corredores e salas fechadas unidas que uma cidade.


O mini game dessa vez é um pique pega com os reapers, onde você explora planetas com a Normandy, enquanto tenta não ser pego pelos reapers. A mecânica do mini game é que você precisa usar um radar que vai chamar a atenção dos reapers para o setor que você está, e será preciso utilizá-lo para conseguir descobrir certos objetos a deriva no espaço. 


Esse mini game não chega nem perto de ser tão chato quanto o de mineração, mas ter que ficar driblando os reapers enquanto fica usando o radar em todo canto de vários setores ainda consegue ser algo nem um pouco agradável. E os reapers estarem seguindo sua nave que nem bobos faz eu achar eles mais idiotas do que demorarem pra dominar a Terra como já vi gente reclamando, principalmente porque diálogos em Mass Effect 1 afirmam que eles levaram décadas até eliminarem os protheans. 


Na verdade isso me leva a uma das maiores reclamações que tenho sobre o pessoal que gosta dos reapers. O pessoal ama elogiar por serem monstruosidades cósmicas, dignas das histórias do Lovercraft, ao mesmo tempo que reclamam que em ME 3 eles não são tão incríveis quanto deveriam. 


O meu maior problema com isso é que supostamente as raças de ME deveriam ter uma chance de ganhar, e isso é impossível seguindo a risca o que as monstruosidades cósmicas representam. Todo humano que tem contato com uma monstruosidade ou morria ou ficava traumatizado pro resto da vida, essas monstruosidades nunca foram criadas pra perder ou pra o leitor sequer pensar que havia qualquer chance, mesmo a mínima possível de serem derrotadas. Por isso geralmente os personagens das histórias do Lovercraft geralmente apenas tentavam sobreviver.


Esse tipo de coisa funciona num jogo de terror, mas não num jogo de tiro que tenta ser épico.


Não é a toa que os criadores precisar inventar uma arma tirada do nada, sem nenhuma construção, pra ter alguma forma de detê-los. Por isso as vezes penso que os reapers nunca deveriam ter sido uma coisa, acaba colocando os roteiristas numa sinuca de bico, pois precisam arranjar alguma forma para os heróis vencerem o vilão invencível que eles mesmo criaram, com grande risco de só conseguirem pensar numa justificativa tosca, como foi o caso desse jogo.


Eu acho que isso já era uma coisa pra acontecer desde o primeiro jogo, mas ao menos a Bioware conseguiu fazer o pessoal pagar pau pra os reapers por dois jogos até ter que inevitavelmente enfraquecer eles e criar uma coisa idiota para os heróis ganharem.


 Mas vamos falar do combate que é a parte mais agradável do jogo. Enquanto ME 2 tentou ser um jogo de tiro, e acabou falhando pra mim. ME 3 se saiu relativamente bem.


A começar que os controles são bem mais decentes que os do antecessor, se apoiar numa cobertura, atirar, se movimentar, levantar da cobertura é bem mais satisfatório. 


Mais quantidade de armas, com variações que realmente te fazem pensar qual seria uma melhor opção, ao invés de só pegar uma versão com mais dano da arma que você usava, como em ME 2.


A IA dos inimigos é um pouco mais competente. Pelo menos não parecem que tão querendo se suicidar ou levantar com a intenção de eu atirar na cara deles o tempo todo. Os inimigos, pelo menos os da Cerberus, até possuem uma leve estratégia quando tentam te atacar, usando gás de fumaça, escudos, e granada pra te fazer sair da cobertura.


Você tem umas habilidades a mais como dar cambalhota para os lados e um ataque físico que pode ser carregado.


O jogo oferece um pouco mais de habilidades para o Shepard e companheiros. ainda bastante inferior a Mass Effect 1, mas ainda teve uma evolução. Eles até escapam um pouco do "apenas mudar o efeito dos disparos" que eu reclamei em ME 2. Nos níveis mais avançados dessa habilidades você terá duas escolhas de melhorias para cada nível, o que é simples, mas ao menos é algo que a franquia ainda não tinha feito e que seria muito interessante se fosse algo mais complexo do que acabou sendo.


Também terão uns momentos em que você terá umas mecânicas alternativas no combate, onde você controlará metralhadoras em cima de um muro, e pilotando um mecha.


Esses dois dão uma variedade a mais ao jogo, mas elas são muito interessantes. As sessões com a metralhadora são muito fáceis e não exigem muito do jogador, e os controles dos mechas não são os melhores que já experimentei e atirar nós inimigos acha sendo mais um saco do que estando fora dele.


E por último, o level design das fases deixaram de ser um bando de corredor como era em ME 2, o que torna elas mais variadas e menos cansativas. 


Claro, nem tudo é lucro. Os novos inimigos mais pra frente no jogo são uma esponja de dano do inferno, a grande quantidade de combates impediu dessas mudanças acima de evitarem o combate de se tornar cansativo com o tempo, as batalhas ainda se resumem a você atirar em um ou alguns poucos inimigos até o escudo acabar e você voltar a cobertura, e quando o escudo retorna, você repete o mesmo processo. 


O combate de ME 3 é mais satisfatório que o do 2, mas quando ele é irritante, ele é muito irritante.


E bem, só sobrou falar do final de ME 3, o item mais polêmico do jogo inteiro.


O final do jogo contém três grandes decisões. Controlar os reapers, destruir todas as máquinas, ou fazer uma simbiose entre seres orgânicos e máquinas.


E a grande variação entre os três são mudanças na cor da explosão...


Eu sei que todas essas opções, se for pensar a fundo, terão consequências gigantescas para o universo, e representar elas a fundo seria complicado. Contudo, isso ainda não muda o fato que nenhum das escolhas que você tomou antes dessa decisão são irrelevantes para esse momento, e apesar de mostrar a fundo ser realmente algo absurdo para exigir, pelo menos umas cenas e falas mostrando superficialmente as consequências para as pessoas/grupos mais importantes seria legal, a série Fallout faz isso e lá conseguia ser o bastante.


E também não ajuda quando o motivo dos reapers existirem é contrariado pelos próprios eventos do jogo. O motivo deles repetirem esse ciclo de genocídio é porque seres orgânicos e máquinas acabariam se destruindo com o tempo se não fossem impedidos. Isso não apenas acaba sendo idiota quando você lembra que os reapers são máquinas que eliminam seres orgânicos, como a própria união dos quarians com o geth nesse jogo prova que máquinas e seres orgânicos podem trabalhar em conjunto.


A própria justificativa pra eles existirem é retardada.


Esse final é muito estúpido, não é motivo pra cagar em cima do jogo inteiro como muitos fazem (embora desde Mass Effect Andrômeda a opinião sobre esse jogo vem melhorando).


O combate bom  na maior parte do tempo e as cenas legais o tornam uma experiência até agradável.


Horrível pra uma série que busca ter uma trama complexa e tenta ser profunda? Com certeza, mas ME nunca foi a obra mais genial existente.


E é nesse momento em que digo que a franquia não é uma obra prima.


A franquia como já disse é uma franquia cinematográfica principalmente. Todo gira em torno de criara sensação que os jogadores estão jogando um filme. Mas não apenas isso, a Bioware queria que os jogadores se sentissem os pika grossas do caralho, e é aí que entra o Shepard.


O Shepard é perfeito. Ele é tudo que nós sonhamos, ele é competente, confiante, não teme nada, sempre consegue fazer o serviço, nunca está errado, muitos desejam que ele falhe...


Raios! Os seus companheiros tão cagando se tu trata eles mal ou come criancinhas no tempo livre, eles ainda vão te amar e dizer o quanto gostam de estar com você.


E isso é meio que o maior sinal de porque eu não colocaria qualquer jogo numa lista de melhores jogos. Apesar de ter um universo interessante e com bastante potencial, a franquia é rasa. A jogabilidade dela é apenas um pretexto pra o jogador ver o desenrolar da trama. As suas escolhas não importam, são pra gerar cenas isoladas bastante emotivas pra você não perceber que nenhuma mudança realmente drástica vai sair daquilo, as habilidades dos personagens são mais simples que praticamente todo outro RPG existente, a trama é carregada por boas dublagens e cenas bem coreografadas e não por um enredo bem elaborado com muitos dilemas que se propõe a discutir questões complexas.


O jogo é uma aventura pra você se sentir o fodão, é só isso.


Não é ruim, e dá pra gostar bastante dependendo do seu gosto. Eu mesmo gostei bastante quando joguei eles nas primeiras vezes. Só acho que o pessoal olha pra essa franquia como algo mais sofisticado do que realmente é.


O melhor jeito de sintetizar como encaro a série é o vídeo logo abaixo. Vou até encerrar o artigo aqui porque não imagino uma melhor forma de terminar.






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