quinta-feira, 21 de abril de 2022

Avaliando Prey (2006 - Xbox 360)

 



A mais ou menos uma década atrás, a Bethesda era uma empresa respeitada. Em 2011 ela tinha acabado de lançar Skyrim, e o mundo inteiro amou tanto o jogo que RPG's ocidentais se tornaram um gênero mainstream, e pelo menos todo outro gênero pegou um pouco deles e inseriu em seus jogos.


Não é como se ela fosse exatamente uma empresa boa. Ela já era conhecida por fazer jogos inacabados e bugados ainda na época que só faziam jogos pra PC. Ainda sim, naquele tempo o pessoal não se importava com isso é achava que a qualidade dos jogos compensavam isso tudo.


E quando a notícia de que eles tavam envolvidos na produção de uma continuação de FPS lançado lá em 2006, o Prey 2, o pessoal foi a delírio. Principalmente quando a sinopse era que você seria um caçador de recompensa espacial.


Lembrando que a Bethesda não teve envolvimento com o jogo original, ela comprou a empresa que tinha os direitos sobre a franquia depois da produção do jogo.


Mas como já devem ter percebido, o jogo nunca foi lançado. E ao invés disso acabou saindo um "remake" em 2017, que tirando o fato de passar no espaço, não tinha praticamente nada em comum com o Prey original. Era um ótimo jogo e até merecia mais consideração do pessoal que ficou incomodado por não terem o Prey 2 que queriam, mas nãoera aquilo que o público esperava.


E então o Prey original ficou no esquecimento. Ninguém lembra dele, e geralmente o que o sustenta é uma pequena base de fãs.


E é desse jogo que falarei hoje.


Vai ter spoilers da trama, embora ele não seja a coisa mais complicada e o principal motivo que tu deveria jogar. Só pra avisar.


AQUELA MÚSICA DO BLUE OYSTER CULT SOBRE NÃO TEMER O CEIFADOR




Tudo num bar com o protagonista, Tommy, um nativo americano. Caso estejam se perguntando porque um nativo tem esse nome, bem, esse não é o nome verdadeiro dele, é só como o chamam. E como o jogo mostra, o Tommy não exatamente curte a cultura dele.


Tommy acredita que viver na reserva indígena em que vive muito sufocante, e fica pensando em como vai convencer sua namorada, Jen, a deixar a reserva indígena que vivem, pois diferente de Tommy, Jen com ele. O problema é que Jen gosta de morar na comunidade.


O avô de Tommy, Ensino, também está no bar, e avisa a Tommy que algo muito ruim pra acontecer. Como Tommy acha as crenças do avô bobagem ele apenas ignora.


No meio de uma conversa com a Jen pra tentar convence-la a ir com ele, Tommy se envolve numa briga de bar, que também é o momento que o jogo te ensina combate corpo a corpo. 


Após a briga, surge uma reportagem na TV sobre objetos não identificados voando sobre o céu. A mensagem é rapidamente interrompida e o bar começa a ser abduzido por alienígenas, no que é provavelmente uma das minhas apresentações favoritas em qualquer jogo na história.




Logo após essa cena, Tommy se encontra dentro de uma nave no espaço junto com seu avô e Jen. Ele consegue escapar mas infelizmente não consegue salvar seu avô de ser morto de uma forma até bem brutal.


Esse jogo é bem violento, e tem algumas cenas até bem cabulosas, incluindo uma que uma criança é morta com o corpo explodindo em vários pedaços. Yeah...


O resto do jogo se baseia no Tommy tentando salvar a Jen e fugir da espaçonave. É claro que a trama tem mais que isso. Depois de ir um pouco mais longe Tommy acaba sendo levado para um região mantonhosa onde ele é guiado pelo espírito do avô morto, e recebe o poder de andar por aí numa forma espiritual capaz de atravessar barreiras e tacar flechas, além de ser guiado pela águia de estimação morta que ele tinha na infância.


Estranho? Sim, mas é um jeito de incluir elementos nativo americanos com os das mecânicas do jogo.


Ainda mais pra frente na trama, Tommy encontra um grupo de resistência, liderada por uma mulher chamada Elhuit, e descobre que essa nave onde estão se chama "A Esfera" já vinha atacando outros planetas antes de atacar a Terra, e oferece ajuda em troca de auxílio pra salvar a Jen.


As coisas degringolam, essa resistência é massacrada e Jen acaba sendo sequestrada novamente. E quando Tommy pensa que conseguiu salvar Jen novamente, ele acaba sendo surpreendido quando descobre que ela vai transformada num tipo de monstro e forçado a matá-la.


Tommy só pensa em se vingar e finalmente aceita ouvir os conselhos do avô que ele vinha ignorando desde o inicio do jogo.


Tommy então decide finalmente matar o Keeper, que seria quem controla essa esfera, apenas pra descobrir que quem controlava essa esfera era um ser humanoide de um outro planeta, chamada Mother, que aceitou ficar em comando dessa esfera pra salvar seu próprio planeta,  e que todos os humanos nesses planetas foram criados unicamente pra ser comida desses alienígenas.


A trama conseguiu ficar ainda mais insana com o passar do tempo.


É oferecido a Tommy essa mesma escolha de estar em comando da esfera, oferta que ele recusa pelo conceito louco e ódio que ele sente pelo que está acontecendo.


Após derrotar quem comandava a Esfera, Tommy fica sobre o controle dela e começa a enlouquecer com as possibilidades e poder que ela oferecia. Mas antes dele virar um vilão malvadão, seu avô aparece mais uma vez pra guiar o garoto pro bom caminho. Tommy então decide guiar a esfera para o Sol, onde ela é completamente vaporizada e assim salvando a humanidade da extinção.


Tommy acaba sendo levado mais uma vez ao mundo espiritual onde ele se encontra uma última vez com Jen e Enisi pra poder se despedir.


Seis meses se passam, e Tommy está no bar lá do inicio do jogo. O que acho incrível já que ele tinha sido transportado pra Esfera que foi jogada no Sol, mas detalhes.


Elhuit aparece e avisa para Tommy que ajuda dele é necessária em outra parte do Universo e o chama pra uma nova aventura. Como as pessoas que ele conhecia tavam mortas e o cara já fez trabalho de herói, ele aceita e atravessa um portal que leva ora sei lá onde, porque o jogo termina com uma mensagem dizendo "Prey vai continuar", o que é hilário se considerar quem 16 anos não teve sequência.


Nos créditos toca rock porque estamos no meio da década de 2000, e isso era muito legal.


E fim.


A história é insana? Pra caralho. Dá até pra considerar edgy? Dá. 


Mas eu gosto. É o tipo de absurdo que eu queria mais no entretenimento. É um jogo que tu controla um indígena que tá salvando o planeta de uma invasão alienígena, e da mesma forma que dá pra considerar isso muito estúpido, também dá pra dizer que é criativo e único.


Isso vai depender do quanto tu curte esse tipo de bizarrice, e também também se curte umas cenas ou conceitos mais grotescos e perturbados.


A morte horrenda da criança já citado, a batalha contra a Jen, que cada disparo que tu dá envolve ela berrando de dor, uma cena com um ônibus escolar onde é mostrado de forma implícita que todas que estavam lá foram mortas de uma forma tão horrenda quanto a criança anterior, alguns corpos sendo torturados ou desfigurados pela campanha. Não chega ao nível extremo de Outlast, mas tem sim um certo grau de violência que não vai ser agradável pra alguns.


A história obviamente existe mais pra um pretexto de tu ir atirando em aliens, do que algo que tenta ser profundo ou complexo. Embora ele seja séria e tenha um bocadinho de diálogos no meio.


Meu maior problema com ela seria o Tommy. O personagem em si não é ruim, mas Deus, o cinismo do cara sobre as crenças do avô se torna extremamente cansativo quando o cara literalmente tá podendo andar por aí em forma de espírito.


VARIADOS GRAUS DE AMBEINTE ET




Além do bar no inicio do jogo, que não é muito diferente de outros bares que você já tenha visto em algum filme ou série. O visual do jogo em geral se resume ao interior da Esfera e ocasionais momentos que você verá o espaço e a Terra.


Os visuais do interior são em grande parte o que você esperaria de um jogo com o tom de Prey, os ambientes são em geral escuros ou com baixa iluminação, partes orgânicas que parecem ser orgãos internos de algum animal vivo, como se a nave fosse algum tipo de ser vivo, inclusive tendo inimigos saindo de certas paredes em ocasiões especificas. Ao mesmo tempo a nave tem sessões mais "agradáveis" sendo mais limpinhas e mais pro tom tecnológico da coisa, mas no geral, é uma porra desagradável do caralho. O que não é ruim, esse é o feio horrendo bom, ajuda na imersão que você tá numa nave que tá gerando o genocídio de nossa espécie e que todos estamos muito ferrados.


Bom trabalho jogo!


Ocasionalmente você será surpreendido com itens da Terra pela nave como o próprio bar do inicio, e isso auxilia bastante na bagunça que essa nave é, porque ela uma bagunça. Você pode passar por um portal e estar em cima de uma esfera pequena, num tamanho minúsculo encarando um dos alienígenas enormes na tua frente, ou vendo tudo de cabeça pra baixo em alguma sessão de gravidade invertida.


Isso cria umas situações memoráveis e malucas, que fazem tu realmente se sentir num ambiente que humanos não feito para humanos, e que só imaginaríamos em algum delírio maluco quando estamos doentes.


As sessões abertas quando tu pilota a nave ou quando vê o exterior são de certa formo os momento lindão e feio do jogo. Ver a Terra e o espaço dá um tom de grandiosidade e sempre lembram que tu tá preso numa nave de bosta. E apesar dessas sessões também ajudarem a criar a sensação da Esfera ser uma budega enorme e ter uma sessões realmente bonitas, grande parte é cinza metálico, com um formato bem simples, bem genéricos e sem vida no geral.

E se tratando dos gráficos em si, bem, eles são de 2006, então obviamente estão ultrapassado pros padrões atuais, mas pra época até são bem bonitos, e até diria que ainda sim conseguiram envelhecer bem no geral, tanto os cenários quando os modelos dos personagens são perfeitamente oks, não são lá muito expressivos entretanto.

PORTAIS, GRAVIDADE E OUTRAS INSANIDADES




Agora vem a parte interessante do jogo, atirar nos aliens.


Mas antes falemos do bar. A parte do bar praticamente não dura muito, se você jogar direto dá pra facilmente concluir ele em 5 minutos e o único desafio é bater em dois outros clientes cuzões com a chave inglesa, o que não é difícil, mas o charme tá nas interações com os cenários. Ela tem alguns máquinas comuns de casino como pôquer, e uma jukebox com algumas músicas licenciadas, geralmente de rock mais antigas.


Terá momentos em quanto tu perambula pela Esfera que poderá reencontrar essas máquinas. Elas não são úteis ou oferecem alguma recompensa, mas são uma boa diversão pra descontrair um pouco.


Agora pra parte que realmente importa.


Prey enquanto tenta ter uma ideias novas e mais criativas, ele também se inspira muito em FPS clássicos da década de 90 e inicio dos anos 2000.


Tommy possui uma barra de vida e uma para o estado espiritual. A de vida acaba com dano obviamente e a espiritual é reduzida quando Tommy mata alguém nesse estado.


O jogo possui uma quantidade modesta de armas no total, sendo 8 apenas. O Spirit Bow, a arma exclusiva quando Tommy tá no formato espírito, é um arco e flecha que até possui um ótimo dano e um alcance bom, mas consome toda a barra espiritual em umas poucas flechadas, geralmente sendo útil mais em momentos de sufoco, embora todo inimigo deixa uma carga que carrega essa barra então é até abusável. 


As outras 7 armas são a lendária chave inglesa que tu vai abandonar bem rápido quando conseguir a primeira arma de fogo.


Como de costume de FPS antigos, essas armas não exigem que você precise recarregar, apessar de terem um limite de balas. O que eu honestamente acho que eles deveriam ter ido na linha de meter a necessidade de carregar, pra dar um pouco mais estratégia e planejamento para os confrontos,  além de mais dificuldade.


O Hunter Rifle, que é um rifle que praticamente tu vai usar bastante até aproxidamente o final do jogo. Tem o modo normal que funciona mais com uma metralhadora e secundário que ela funciona como uma sniper consumindo mais munição no processo. Como ela dá um dano decente nos inimigos normais, a munição é abundante e o modo sniper torna ela a melhor arma de longo alcance, dificilmente ela não será a sua principal arma até pelo menos próximo da reta final.


Crawlers, é basicamente a granada do jogo com aparência de inseto, e sim, tu terá que trocar de arma pra jogá-los, não tem um botão específico pra isso, pós caso vocês não tenham percebido, Prey se inspira muito em FPS antigos em suas mecânicas, até essas ruins. O disparo negativo ela pode ser usado como aquelas bombas de proximidade.


Leech Gun, ela é uma arma de raio laser. O charme da arma nem tá nela em si, mas como tu adquire a munição dela. Ao invés de ser coletando por aí ou pegando armas dos inimigos. Vai ter meio que umas estações de energia pela nave que você vai absorver com a Leech Gun e usar como munição. Tem pelo menos uns quatro tipos de munição, sendo elas de gelo, plasma, luz e solar. Elas tem danos e cadência de tiros variados, e suas utilidades vão depender do ambiente, embora as de luz são minhas favoritas porque elas simplesmente destroem os inimigos mais poderosos do jogo.


Acid Sprayer. A boa e velha escopeta que todo FPS deve ter, dessa vez usando ácido. Como sempre, é bem destrutiva quando você está próximo dos inimigos. A munição secundária é um granada ácida que pode quicar na parede.


Auto-Cannon. A super metralhado do jogo, a cadência de tiros é bem alta e geralmente é útil pra enfrentar inimigos moderados ou fortes. A munição secundária permite lançar granadas aumento ainda mais o poder destrutivo.


Crawler Cannon. Basicamente a RPG do jogo, ela explode tudo e é lindo. O ataque secundário é uma gran... um escudo por incrível que pareça, o que pode ser bem útil pra evitar você se matar com a própria arma ou quando a situação tá feia.


As armas são satisfatórias de usar e são bem úteis no geral. Meu maior problema seria que o jogo demora pra exigir muito de você. No meu caso eu só precisei usar o rifle e ocasionalmente a escopeta até 2/3 do jogo sem problemas. Porque tem munição suficiente das duas e os inimigos ou não vem em muita quantidade ou os mais fortes vem em pouca quantidade e com pouca ajuda. O que tornou o inicio do jogo meh em alguns momentos pra mim, só as sessões com sniper tiveram alguma pressão e principalmente porque uns dois tiros geralmente serão o bastante pra te matar, e a melhor arma contra eles é o Hunter Rifle, o que não resolve o problema de não precisar varias nas armas.


Mas a partir daí a festa realmente começa e a munição que tu ganha começa a ficar escassa e os inimigos fortes vem com toda a força que podem, aí a festa começa e tu realmente começa a pensar em coisas como "tento guardar essa armas pra um possível chefe ou uma sessão com mais inimigos ou arrisco e espero o melhor?". A situação parece que cada vez mais está contra você e ser ágil, pensar rápido, e trocar de arma rápido se tornam muito necessários. O jogo finalmente entra no espírito dos FPS clássicos que ele tenta simular e o jogo fica bem mais empolgante.


E isso me leva a mecânica mais polêmica no jogo, a mecânica de retornar a vida. Em Prey tu tecnicamente não pode morrer, quando a barra de vida fica vazia, Tommy é enviado para uma dimensão alternativa e nela ele precisa disparar flechas em fantasmas voando ao redor do jogador. Terá fantasmas vermelhos representando a vida, e azuis representado a barra espiritual. Após um tempo você é sugado para um buraco no meio do cenário e retorna a vida.


Falta de morte sempre foi polêmico em vídeo games. Isso foi até o item mais criticado no remake do Príncipe da Pérsia 2008. 


E no caso de Prey, não é exatamente algo que gostei. Além de ferrar o ponto de funcionar como um FPS mais antigo, também meio que tira bastante da pressão de morrer já que você nem ao menos sofre segue tipo de punição por isso. Bioshock ao menos arrancava uma boa quantia de dinheiro do jogador.


E Prey tem uma boa quantidade de saves automáticos e a opção de salvar manualmente a qualquer momento, não é como se não tivesse garantias de se manter seguro de algum erro cometido.


E as sessões de matar fantasmas são um saco, são sempre as mesmas coisas, e eu só fico pensando em voltar logo pra parte principal do jogo. Essas partes consomem muito tempo.


A maioria do jogo se passa em corredores estreitos, embora geralmente vai ter algum elemento variando e umas áreas mais abertas. Eu gostaria que o jogo tivesse mais exploração, mais formas de ir de ponto A pra B ou áreas opcionais com armas únicas, talvez uma armadura, principalmente porque o jogo nem tem tanto conteúdo assim.


Entre os elementos que tornam Prey mais únicos são os portais que podem surgir a qualquer momento com inimigos saindo de dentro de algum deles, te mantendo alerta. Eles também servem na exploração ou em quebra cabeças para descobrir o portal certo pra avançar no jogo, e dá pra atirar através deles.


O jogo também possui chãos específicos permitindo o personagem andar nas paredes no teto. Isso permite situações mais absurdas com inimigos te atirando no teto e até algumas misturas mais interessantes com os portais pra criar umas salas bem malucas e uns quebra cabeças bizarros. A gravidade também pode ser revertida atirando em certos pisos.


Também existem momentos em que você terá controle sobre naves e poderá voar sobre alguns cenários maiores, mas essas sessões são irritantes. Os controles não são lá os melhores, o jogo vai jogando inimigo do nada e não sabe quando vai finalmente poder prosseguir, e a dificuldade é praticamente zero se você ficar próximo de onde consegue uma das naves, pois você pode desfazer a que você tá usando e conseguir uma nova sem danos em míseros poucos segundos. Por sorte elas geralmente não são tão presentes.


Os inimigos variam dos Hunters que são basicamente soldados comuns, pra alguns mais bisonhos como os Gasbags que lembram águas-vivas que voam e tentam te ferir te puxando com isso tentáculos (não pense porcaria), e tem os bons fantasmas que possuem corpos de crianças que são macabros.


Tem mais inimigos além desses, e eles no geral são bons de se enfrentar e possuem uma boa variação no modo que funcionam. A IA deles não é exatamente incrível, tem umas situações mais interessantes como isso hunters tentando evitar ou pegar um item de cura antes de você, ou grupos de inimigos tentando se matar como os Gasbags e os hunters, mas no geral a IA não sai muito do tentar te matar o máximo possível apenas indo direto em você. 


O único que eu achei realmente irritante foram os Keepers pois eles além de ter um bom bocado de vida, o que não necessariamente é ruim, não chegam a ser uma esponja de dano, mas esses desgraçados amam ficar se teletransportando por aí. E piora que o jogo vai meter uma sala com vários deles, imagina a confusão de tentar matar inimigos que podem desaparecer e aparecer em outro canto. Tem uma diferença entre desafio e só ser irritante.


Mas tirando eles, fiquei satisfeito com os inimigos do jogo, mesmo não sendo tão diferente de outros FPSs como Quake, mas ele saiu numa época onde FpS realistas focados na guerra estavam se tornando o padrão da indústria, então ainda conseguem se destacar.


Os confrontos com chefes são de certa forma a parte que mais são prejudicadas pela opção de reviver, já que isso mata em grande parte a pressão de enfrentá-los, e quando você consegue o Crawler Cannon ou tem a Leech Gun com a munição de energia, você pode trucidar até o último chefe.

 
E nenhum deles foge muito do disparar e tentar evitar levar bala. O primeiro encontro com um Centurion é atirar e tentar se esconder em colunas, e você de certa forma só vai ganhar se escondendo e arrancando um dos braços dele pra pegar o Auto-cannon e a batalha se torna uma piada. A batalha contra a Jen fica fácil quanto tu descobre que os drones recarregando a vida dela podem ser destruídos com o Spirit Bow. O primeiro confronto com o Keeper é o mais idiota já que é só abusar do Crawler Cannon ou Leech Gun com munição de eletricidade direto. A Mother é um pouco mais complexo, mas isso não necessariamente é bom, 


A primeira é só ficar acertando o entorno de uma esfera com o Spirit Bow e ficar matando Hunter pra recarregar a barra espiritual,você nem enfrenta ela e esperar a esfera virar pra acertar o canto certo é um saco. A segunda parte do confronto você ao menos ataca ela diretamente, tem um grande campo pra se locomover e pode, e ela tenta te atacar, mas novamente Crawler Cannon e Leech Gun com munição elétrica pra vitória. E deixar ela suscetível a ataques só exige ir num aparelho de comando que aciona as bombas, e explodir uma delas quando a Mother estiver próxima, e nada te ataca enquanto ela está atordoada.


Na moral até o evento antecedendo o confronto com ela é um saco já que você precisa energizar certas áreas de uma esfera em movimento. E é só chato, não exige cérebro pra fazer e se você era o tempo pra se aproximar da esfera você terá que voltar pra longe da esfera até poder tentar novamente. Pior coisa no jogo.


Então, yeah, não curti muitos as batalhas contra os chefes, principalmente porque o Tommy é lento e muitas dessas batalhas se torna um inferno desviar das balas por causa disso.

É EXATAMENTE O QUE VOCÊ ESPERA DE PREY




Prey é sobre rock, toda música licenciada é algum rock, embora elas estejam presas a jukebox que só poderá ser acessada pouquissimas vezes pela campanha, e boa parte é rock dos anos 2000, sendo uns 5 da década de 70 ou 80. 


Tendo músicas como Free Ride, Barracuda e mais modernas como Forever Dead ou Anthem for Tonight.


Os mais modernos não são horrendos nem nada disso, são até bacanas, mas eu particularmente achei as mais antigas melhores. Provavelmente isso se deve pelo alto custo de arranjar músicas licenciadas e tiveram que buscar algumas mais baratas. Mas provavelmente o melhor nisso é a Don't Fear the Reaper, porque ela encaixa bem pra caralho com a história do jogo é uma ótima música por si.


Também existe a Take me Home, a única música cantada é original de Prey e está presente nos créditos, e igual as outras é rock.


Se você curte músicas do gênero rock, bem, tu deve amar Prey porque ele realmente vai fundo nisso.


As músicas originais do jogo tenta ir pra um linha mais tecnologia pra encaixar com o tom de ficção científica da trama e não são cantadas como as outras.


O som das armas fazem o uso delas satisfatórios, o dos inimigos fazem eles zoarem criaturas bizarras e desconfortáveis. Tudo bom nessa área.


A dublagem dos personagens é boa também, só acho engraçado que os ETs saibam falar inglês e o os diálogo deles sejam muito bobalhão, mas isso deve estar associado a tentativa de senso de humor no jogo, o que é perfeitamente ok pra mim.

CONCLUSÃO


Prey é mistura bizarra. Ao mesmo tempo que se inspira bastante em FPS antigos, como a jogabilidade mais frenética e seu tom mais pra ficção científico, também tenta introduzir uma ideias novas como os portais, gravidade invertidas e a mecânica de voltar a vida.


Obviamente pelo rumo que a indústria foi, as suas ideias acabaram não sendo levadas a frente, se tornando uma relíquia esquecida do passado, o que não significa que foi um jogo ruim.


A história tenta muito ser pesada, com cenas grotescas e conceitos perturbadores como a origem da humanidade ser apenas uma fazenda pra uma espécie de outro planeta. Ele até chega a forçar muito pesado chegando até a ser edgy em alguns momentos, mas ao menos teve a decência de não tentar se levar tão a sério em alguns momentos. Além da história não ser o ponto principal de tudo mesmo.


E a sua abertura ainda é boa pra caralho. 


A jogabilidade em si é bem legal no geral, os controles respondem bem, as armas são bacanas, os confrontos com os monstros são divertidos, mas esse jogo poderia tentar mais variações e elementos únicos, principalmente mais pro início do jogo que se resume muito a apenas matar Hunters em corredores. Embora o jogo começa a realmente tentar colocar ambientes mais variados e a realmente utilizar todos os inimigos mais pra segunda metade, criando uma experiência mais interessante.


A mecânica de reviver é um saco e apenas morrer e voltar para um salve anterior seria melhor em relação ao que o jogo fez. Poder ser visto como alguns como uma forma de atrair jogadores mais casuais, mas não vejo ponto num jogo que se inspira tanto em jogos de FPS clássicos. Esses jogadores já não teriam muito interesse em primeiro lugar.


No final das contas. Prey é um jogo bom, não acho a obra prima esquecida no tempo que alguns mencionam, mas com certeza não posso dizer que ele ao menos não é memorável com o que tenta ser.


Recomendaria ele pra fãs de FPS, principalmente quem curte os que saíram os mais antigos, e quem curte tramas exageradas e pesadas com um pouco de humor negro envolvido. 


O jogo foi um dos último suspiros antes de Call of Duty e Battlefield tornarem o gênero em cenários de guerra épicos (até Doom 2016 ser um sucesso e reviver o estilo). 


E como uma carta de adeus para esse tipo de estilo de jogo, ele é uma boa.


Nota final: 7.5


Obrigado a todos que leram esse artigo e lhes desejo um bom fim de semana. O próximo artigo deve ser mais jogos.


Até mais.

Um comentário:

  1. Carai tu ta xigando muito nos artigos mano kk, mas ta legal. que jogo doido doom do espaço kk

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