segunda-feira, 2 de maio de 2022

Opinião sobre a Trilogia Espaço Morto

 


Antes de começar a falar de Dead Space, devo comunicar que como o meu blog finalmente tem uma quantidade razoavelmente decente de artigos publicados, achei que seria uma boa criar uma página com um link pra cada um dos artigos contidos aqui.


Vocês podem acessar ele por aqui. 


Os artigos também pode ser acessado clicando no "ARTIGOS" logo acima do artigo e abaixo do título do blog.


Ele contém todos os jogos, filmes e séries avaliados, além de assuntos discutidos. Tem os nomes e uma divisão bonitinha pra não deixar confuso. 


Inclusive esse próprio artigo tá lá já. 


Agora finalmente para o assunto que importa, Dead Space!


Ohhhh EA, como tu pode ter cagado com uma das suas franquias mais interessantes? 


Eu sei que tão fazendo um remake dela, mas depois de toda a bosta que a EA vem fazendo, alguém realmente acredita que algo bom vai sair disso? E honestamente a franquia precisava mais de um Dead Space 4 do que um remake (a razão será explicada ainda nesse artigo).


E como eu não tenho ânimo pra fazer um artigo sobre cada jogo separadamente, eu decidi fazer como fiz na franquia Mass Effect. Não vai incluir o Extraction, apesar que muitos já ignoram ou nem conhecem ele, e bem, o título já deixa claro com o "trilogia".


Importante! Vai ter spoiler sobre a história e algumas das imagens vão envolver cenas grotescas. É Dead Space, coisas grotescas são a norma.

DEAD SPACE 1



A jornada se inicia antes mesmo do ano de 2008, o ano de lançamento do primeiro Dead Space. 


A equipe responsável pela produção do jogo, a Visceral Games, a princípio planejava produzir System Shock 3, e caso não conheçam, tudo bem, não é exatamente uma franquia popular.


System Shock é um exclusivo de PC lá da década de 90, sendo o primeiro de 94 e o segundo de 99. A franquia era de certa um jogo de tiro em primeira pessoa, exceto que ao invés de ir pra um kado de violência gratuita como Doom ou Quake, ele tinha um ritmo mais lento e voltado ao horror, e permitia ao jogador liberdade explorar e melhorar vários tipos de habilidades distintas com cada uma tendo seus prós e contras, permitindo variadas formas de encarar uma situação, além de ter uma trama um pouco mais complexa do que simplesmente salvar o mundo de seres malignos.


E apesar da série em si não ser muito popular, ela deixou seus legados importantes, como a própria franquia Bioshock que foi produzida pelos os mesmos produtores de System Shock, ou os audiologs que guardam falas de NPC's, que podem ser encontrados por aí.


Mas aí leva a questão de como Dead Space que deveria ser algo nessa linha:




Virou isso:



Bem... a razão é um jogo lançado em 2005 que definiu o rumo dos jogos de tiro em terceira pessoa:



Yep! Resident Evil 4. O pessoal da Visceral Games viu o jogo e achou a coisa mais legal que a já existir num vídeo game e decidiram ir por esse caminho.


Isso me faz imaginar como seria o jogo originalmente e se seria melhor ou não do que o resultado final, mas bem, eu gosto do que acabou sendo.


Outra inspiração foi o filme Enigma do Horizonte, de 1997. Dead Space pegou bastante dos visuais e do tom do filme, e aplicou em si.


Mas qual é a história do jogo?


Você é um engenheiro chamado Isaac Clarke, e estamos no século 26. O personagem diferente das continuações ainda era mudo aqui, o que por uma parte tem um charme por dar um tom misterioso para o personagem, e por outro fica estranho ele demonstrar nenhuma emoção nos vários momentos dramáticos que existem no jogo. Existem registros no menu de como o Issac encara a situação, ajudando a dar um pouco mais de personalidade, mas vai ter que ter saco para ler. 


Clarke participa de uma missão pra investigar as condições da nave Ishimura, uma nave de mineração de planetas. A namorada dele, a Nicole, é uma das tripulantes da espaçonave. 


Após uma entrada complica na Ushimura, Clarke e os outros membros do grupo de investigação estranham a falta de presença de pessoas na estação. Após alguns minutos o jogo mostra o que raios causou todo esse desastre, os necromorfos. Umas criaturas bizarras que amam perambular pela ventilação, que matam dois membros do grupo de investigação. Deixando apenas Clarke, Zach Hammond o chefe de segurança, e Kendra Daniels que deve ter uma função importante.


Essa cena já mostra bem que Dead Space não tenta muito ser aterrorizante. É uma boa cena, mas ela tenta muito ser aterrorizante e caótica ao invés de ter alguma construção de tensão.


Sabem, muitos defendem que falta de combate criar um jogo de terror bom (o que Outlast prova que não é bem assim), eu defendo que um jogo precisa gastar o devido tempo pra ir desenvolvimento um tom mais sufocante e desconfortável para o jogador, antes de meter algo realmente possa matá-lo. Ao invés de meter um exercito de monstros feios correndo pra te matar, coloca o jogador pra ir andando em um corredor pequeno com pouca iluminação e uns sons estranhos, acredite, a imaginação do jogador é uma arma do que qualquer coisa maluca que você possa imaginar e tentar implantar no jogo. É só ver o exemplo de Amnesia The Dark Descent. Mesmo em caso de jogos mais voltados a ação, como Condemned, que também consegue bons resultados com isso.


E isso se reflete em grande parte das cenas de Dead Space. Vai existir algumas tentativas de criar tensão. Salas com luzes desligando, porta sendo trancadas, sons estranhos, monstros se esqueirando pelo cenário. Mas 80% do jogo é tiroteio, matança, explosões, e sons barulhentos. E eu não acredito que essa seja uma boa forma de despertar medo no jogador. Ao menos outros jogos como Resident Evil clássicos te davam munição limitada e controles limitados, o que criava uma certa tensão, mesmo tendo as outras coisas que atrapalham ele de realmente serem aterrorizantes. Mas Dead Space? O ideal é que você mate tudo que encontra pela frente e munição geralmente não vai ser um grande problema.


Em defesa desse formato, Dead Space ao menos realmente é bom nesse formato barulhento dele. As criaturas são horrendas e parecem abominações da natureza, criadas por algum cientista lunático, em laboratório. E as mortes... vejam por si mesmos. 


Após a cena inicial de encontro com necromorfos, você fica isolado dos outros e tem que fugir. Após isso tu consegue a plasma cutter que é forte concorrente a melhor arma básica num jogo de tiro. Sério, você vai manter ela contigo até o fim do jogo porque diferente das outras armas básicas em outros jogos, essa nunca deixa de ser útil. 

A razão disso são várias. Possui um bom alcance, o dano base é bem decente, tem uma precisão e acima de tudo você pode alterar os disparos pra vertical ou horizontal, o que permite cortar os membros dos inimigos não importa em qual superfície eles estejam, e estou incluindo tetos ou paredes nessa.


Casos não saibam, a grande mecânica de destaque de Dead Space é que ao invés de disparar na cabeça dos inimigos como nos outros jogos, atirar nos membros é muito mais útil pra causar dano e enfraquecer os inimigos. Geralmente atirar na cabeça só vai deixar eles mais raivosos do que já estão.


Isso também leva a uma outra crítica que eu tenho no jogo e vejo muita gente criticando. Ele devia ter sido mais sutil com o "cortar os membros". Se for observar, o jogo tem mensagem, audiologs e mensagens dizendo pra tu cortar os membros, quando honestamente a mensagem na parede já seria o bastante, e como ela fica na frente do plasma cutter, seria quase impossível tu não vê a mensagem na parede.


Apartar daí Dead Space realmente começa. A trama do jogo vai funcionar com o Hammond e a Kandra comunicando problemas na Hishimura, e você vai lá consertar enquanto tentam escapar. 


Nesse meio tempo também vai descobrindo o envolvimento de um membros de um grupo religioso chamado Church of Unitology. Esse grupo acredita que os necromorfos são o próximo passo evolutivo da humanidade, você até encontrará uma versão extrema de um desses membros pelo jogo. A presença deles é explicada pelo o que foi encontrado no planeta, o Marker, que é o símbolo de sua religião, é também o treco que tá causando tudo de errado nesse jogo.

Você também encontra a Nicole no meio dessa bagunça, mas algo não está certo...


Também tem umas tretas entre o Hammond e a Kendra sobre ter informações sendo escondidas.


No final do jogo, Isaac vai ao planeta junto da Nicole pra colocar o Marker de volta a onde os mineradores o tinham tirado.


Quando o Marker finalmente volta pra o lugar de direito, Kendra reaparece e revela grandes questões sobre o que tá acontecendo.


A primeira é que diferente do que acreditávamos, além de trabalhar pra o governo, o Marker era uma invenção humana que foi baseado num outro Marke e que esse sim era alienígena. Indicando que essa bosta é muito mais complicada que a princípio. A outra revelação é que a Nicole estava morta desde antes do Issac meter o pé na Ishimura e que todo o contato que ele teve com ela foi apenas uma ilusão (a cena também contém a única demonstração de emoção do Issac no jogo inteiro).


No final, Issac tem um encontro com um monstro gigante, o Mara, e o jogo termina com ele sendo o único sobrevivente. Exceto que antes disso o jogo mete um jumpscare com a Nicole. E o jogo termina.


Nada é realmente inovador na trama e muitos elementos são clichés. A própria treta da Kendra e o Hammond é bem previsível que a Kandra é uma espiã quando se observa o quanto ela tenta fazer o Clarke duvidar do Hammond, e o quanto obras assim tentam ir nessa linha de fazer você duvidar do personagem militar pra na verdade não ser ele.


Apesar de tudo isso, eu até curto a história do jogo, principalmente pela apresentação. O ambiente ajuda muito a mostrar como o ambiente é o hostil e o terror que os tripulantes da Ishimura tiveram de lidar, e como os membros foram enlouquecendo e se transformando nessas abominações a os poucos. 


Até os visuais da nave, as tecnologias, os designs das armas e armaduras são lindos. Dead Space cria um futuro que lembra aqueles filmes cyberpunk da década de 90, mas com um tom mais realista.

Além disso ele cria umas dúvidas realmente interessantes como "quantos markers existem?" ou "quem criou essa droga?".


E apesar das minhas críticas sobre o jogo ser ruim como jogo de terror, é um ótimo jogo de tiro. As armas são divertidas de usar, mesmo que algumas sejam bem melhores que outras, e o limite de 4 vai fazer você nunca usar algumas. Os necromorfos são variados e geralmente exigem formas diferentes de combate. 


Issac possui outros recursos além das armas. O Kineses permitindo levitar objetos, sendo usado principalmente pra cumprir quebra cabeças, também pode ser usado pra ferir inimigos jogando objetos neles, mas a armas normais são melhores então não é muito útil. Stasis que mantém o inimigo paralisado por alguns segundos, é bem útil principalmente com inimigos mais fortes. Além dos padrões ataques de perto, batendo com a arma ou pisando. E esse é um bom momento pra falar das lendárias pisadas do Issac, que são capazes de desmembrar corpos, o que significaria que o Issac tem toneladas de força na pisada, o que é hilário.


Dá pra melhorar os itens do jogo adquirindo nodes, que são um item que pode ser adquirindo encontrando por aí ou comprando na loja (não é barato). O que torna o sistema legal é que todas as armas tem meio que espaços com certas linhas ligando cada um, que deverá ser inserido um node pra ativar a melhoria. Nem todos esses espaços oferecem uma melhoria então tu vai precisar pensar bem antes de usar. E pra tornar a coisa um pouco mais divertida, tem portas que só podem ser abertas gastando um nome, o que torna a decisão de como usá-los ainda mais complicada.


Várias das armas, armaduras, até mesmo munições e itens de vida só poderão ser comprados nas lojas do jogo se você encontrar os esquemas deles pelo jogo, o que dá mais relevância pra exploração.


O jogo tem 12 capítulos, e boa parte deles vai envolver que você tenha que retornar a algum deles futuramente. Uma coisa que muita gente crítica nisso é  a repetição de conteúdo que isso gera. Eu sempre achei que as novas áreas que você acessa quando retorna a uma área da nave, posições de inimigos e certas mudanças no design da fase conseguiam evitar o jogo de se tornar repetitivo, então nunca vi o horror disso que muitos afirmam no primeiro Dead Space. Até a atmosfera desses lugares geralmente muda quando você revista. O capítulo 2 e o 5 se passam na mesma área, mas o 5 tem uma vibe bem mais hostil e de horror.


Então mesmo essa reutilização de conteúdo sendo uma coisa, ao menos é a melhor aplicação dessa lógica. 


Agora sobre os visuais do jogo, boa parte dele vão ser corredores ou áreas mais industrializadas. E tirando o capítulo 12 se passando no planeta ou o 6 numa botânica, variação vai ser baixa.


No geral, o primeiro Dead Space é uma experiência mais lenta e mais focada na atmosfera, enquanto tenta misturar o fator frenético de RE4. Provavelmente isso saiu sa mudança do tom original. E esse tom que me faz gostar particularmente do primeiro como o meu favorito da franquia.


Dead Space acabou vendendo muito bem, tanto que a EA investiu pesado no marketing (incluindo animações) e deu permissão pra Visceral Games gastar bastante na sequência. E aí chegamos em 2011...


DEAD SPACE 2




No final do primeiro Dead Space, Issac fica a deriva no espaço. Ele acaba sendo encontrado pelo EarthGov e passou os próximos anos em uma ala psiquiátrica de uma estação espacial, junto à outras pessoas que sofreram influência de algum outro Marker.


E nosso amigo parece que ainda tem alucinações horríveis com a namorada pra piorar a situação. 


O jogo começa com o protagonista do Dead Space Ignition, um jogo de quebra cabeça bem pouco relevante, Franco Delille tentando soltar o Issac e levá-lo para um lugar seguro, já  que parece que necromorfos estão atacando novamente. E da mesma forma que Johnny, protagonista de GTA 4 Lost and Damned morreu feito bosta pro Trevor no GTA V, o Delille morre nos primeiros minutos de Dead Space 2 numa das cenas mais grotescas em um vídeo game. 


Mostrando toda a grande evolução gráfica em relação ao primeiro jogo. E também mostra que o segundo jogo vai focar ainda menos no terror em relação ao primeiro. Porque os primeiros minutos de controle do Issac já envolve tu correndo de vários necromorfos feito louco.


Se você pra definir o tom do horror desse jogo seria como o do Mandalore. Na maioria do tempo não vai ter tensão alguma, mas quando o jogo tenta ser aterrorizante, ele consegue com maestria.


A trama do jogo se divide principalmente em duas partes. A primeira com Issac sendo guiada por uma moça chamada Diana que era companheira do Delille, oferecendo uma cura pra a influência do Marker na cabeça dele. E a segunda é ele tentando chegar no setor governamental pra parar com todo esse desastre.


Os outros membros dessa jornada são um homem chamado Stross que é outa pessoa que foi influenciada pelo Marker, mas estando num estado bem mais severo que o do issac, é uma garota que se chama Ellie que não é apenas uma sobrevivente que o Issac encontrou por aí.


Também tem o vilão do jogo, o Hans, que é o comandante dos militares nessa estação e se você não ler qualquer documento sobre ele, você jura que ele não tem personalidade alguma a não ser vilão malvadão. Yeah... ele não é um bom vilão.


A trama no geral do jogo, é basicamente Dead Space 1 só que numa proporção muito maior. Mais explosões, situações maus absurdas, mais drama, um lugar maior pra explorar... e nenhuma resposta para as dúvidas criadas no primeiro jogo.


Isso não significa que a história do segundo é ruim, só mais do mesmo. E ao menos se tratando do Issac ouve avanço já que ele finalmente supera a morte da namorada e consegue salvar a Ellie que o fazia lembrar da Nicole. Pra explorar esse maior foco no desenvolvimento dele, os criadores dessa vez deram uma voz para o Issac, o que eu considero a decisão certa.


Eu também gosto dessa nova ambientação do jogo. Enquanto o primeiro Dead Dpace se passava numa nave pequena de extração de minérios, o segundo como dito se passa numa estação, mas vocês não imaginam como ela é grande. 


O primeiro Dead Space você chega a explorar várias vezes o mesmo lugar, enquanto no segundo dá a sensação que não se explorou nem um terço de todo aquele lugar. Você conseguia 8maginar pessoas conseguindo viver suas vidas inteiras naquele lugar. Vários apartamentos, zonas de lazer, lojas, escritórios, creches... tudo isso são lugares em Dead Space 2.


Pra dar uma ideia, tem um capítulo em Dead Space 2 que se passa dentro da Ishimura. Yeah! Estúpido depender de nostalgia por um jogo lançado apenas 3 anos antes, mas você praticamente revisita tudo aquilo só nesse capítulo seguindo a fórmula "continua seguindo em frente" do segundo jogo.


E isso tem uma justificativa. Como dito anteriormente, o primeiro Dead Space era limitado por um gasto moderado, então os criadores foram forçados a ser criativos na forma de respeitar esse limite. Reutilizando cenários e exigindo que o jogador voltasse para lugares anteriores.


Essa grana extra também serviu pra criar uma porrada de cena cinematográfica, e meu amigo, esse jogo é excelente nessa área.


Foram acrescentados algumas seções em que o Issac desliza matando inimigos no caminho, além de algumas que ele fica preso em uma posição é precisa evitar que os inimigos se a próxima, pra dar alguma variedade. Mas provavelmente a melhor coisa que esse jogo trouxe foi a mudança nas seções de gravidade zero. Enquanto Issac saltava de um canto pra outro no anterior, agora ele tem botas a jato que fazem ele ficar voando por aí.  Além de dar mais movimento e espaço pra explorar e realizar quebra cabeças e armadilhas mortais de uma forma nova. Também não tem mais aquelas mudanças de câmera desorientando o jogador quando saltava. 


E porra! Issac parece muito fodão com essas botas a jato. Ele ser fodão pode ser subjetivo considerando que isso deveria ser um jogo de sobrevivência, mas ele é um profissional em matar necromorfo já, virou uma terça-feira pra ele como diria o Bison do Raúl Juliá.


Não tem muito mais a dizer sobre a jogabilidade do segundo Dead Soace a não ser, é melhor e tem maus conteúdo. Tem novas armas, algumas são legais e outras nem tanto, tentaram tornar o kinesis mais útil colocando impaladores no ambiente, mas tirando o inicio do jogo onde ainda não possui acesso ao plasma cutter, nunca usei novamente. O stasis tá igual, o sistema de melhoria de armas agora tem uma melhoria bônus que gera algum efeito diferente, no caso do plasma cutter efeito de fogo nas balas, o stomp é bem mais prazeroso pelo Issac agora pisar muito mais rápido entre cada pisada.


A jogabilidade de Dead Space 2 fez o feijão e arroz das continuações. Melhorou o que já tinha.


Os inimigos também receberam novidades, como bebês explosivos (a primeira aparição de um deles é explodindo uma mulher acreditando que aquilo era seu filho), mas provavelmente o que mais vale à pena mencionar são os stalkers, que ao invés de correr que nem louco pra chegar no Issac como o resto, eles tentam pegar ele de surpresa se escondendo atrás de paredes ou correndo em sua volta. Até os cenários são diferentes pra auxiliar nesse jeito diferente de atacar deles.


Se você pra dizer algo ruim... os corpos do inimigo desaparecem apenas matando uns cinco inimigos, e considerando que agora todos deixam itens quando se fere o corpo deles quando mortos, isso é ruim. 


E a batalha contra o último chefe é uma porra. Não que a do primeiro fosse incrível também, mas ao menos o monstro gigante era legal visualmente e tu realmente enfrentava ele. Em Dead Space 2 você precisa lidar com uma "Nicole maligna" e aqueles necromorfos crianças só que versão maligna também. E o verdadeiro chefe é só uma esfera verde enorme brilhante que tu tem que atirar toda vez que derrota Nicole maligna. A única coisa legal é a ideia de tudo isso estar se passando na cabeça do Issac, como se ele realmente precisasse lutar no próprio cérebro pra finalmente superar a morte da namorada, o que é legal.


A cena final provavelmente é a minha favorita da saga. O Issac finalmente aceitando a morte da Nicole, se senta esperando até a estação finalmente explodir. A Ellie aparece com uma nave chamando ele, e começa uma pequena seção com você controlando o Issac tentando alcançar a nave enquanto tudo ao redor vai sendo destruído. Assim que termina jogo caralho!


Dead Space acabou vendendo 4 milhões de unidades, sendo o dobro do jogo anterior. Você deve tar pensando que isso foi ótimo, e provavelmente pra muitas jogos isso seria um número absurdamente bom! Mas não pra EA.


A EA gastou uma grana boa com o marketing e produção do jogo, e essas vendas não foram o bastante pra compensar tudo isso.


E isso provavelmente explica como o jogo seguinte é o que é. E chegamos nele...


DEAD SPACE 3



Dead Space 3 é uma decepção. Eu não vou dizer que ele é uma atrocidade como muita gente na internet faz, porque ele não é.  Mas que ele é muito inferior se comparado aos anteriores, isso ele é.


Comecemos pela mudanças na jogabilidade porque eu acho que nesse caso a história merece ser guardada pro final.


Antes de começar, devo falar que DS3 foi idealizado como um jogo CO-OP, pra agradar o grande público como a EA queria. E como já deve ter imaginado, isso com certeza não ajuda muito no horror, como também leva a situações estúpidas quando se joga solo tendo vários momentos com você dizendo "hum!!! Deveria ter alguém aqui comigo". Não é sutil e vai sempre te lembrar que algo está faltando.


Dead Space 3 tenta muito ser um jogo de tiro genérico, perdendo o formato mais único da franquia. Você tem combate com necromorfos que parecem zumbis normais que não precisa ir pelos membros, não precisa dos membros?! Mas que caralhos de porra é essa? É tipo pedir pro Mario não pular pra derrotas os inimigos, faz parte da identidade da franquia já desmembrar membros, o primeiro jogo ficava esfregando na tua cara que isso era o jeito de enfrentar os necromorfos. Eu sei que eles são apenas um tipo de inimigo e que o resto vai pelos membros, mas pra que raios meter inimigos que se vence da mesma forma que outras dezenas de jogo de tiro?


Também tem seções de combate com pessoas armadas, porque não, né? O jogador de Call of Duty gosta. E essas partes são uma porcaria porque DS3 não tem vários dos elementos de outros jogos de tiro em terceira pessoa como saltar ou ficar colado na cobertura, o que faz você ter que ficar se escondendo manualmente nas coberturas de forma desconfortável verificando onde a mira do Issac vai realmente acertar algo ou não. A única coisa introduzida que pode ser considerada um auxílio é que agora o Issac pode se agachar, o que dá uma ajudinha. Ele também pode ser usado pra ser furtivo, o que legítima tinha potencial pra ser uma boa ideia, pena que mal tem seções no jogo que dá pra ser furtivo é todas elas você não tem nada a ganhar fazendo isso, então batata.


As armas também ficaram uma bagunça. Os nodes foram deixados de lado e agora você tá limitado a colocar melhorias fixas. Elas variam de ataque, cadência de tiro, precisão e velocidade pra carregar. Meu maior problema com isso é que nos dois jogos anteriores as melhorias geralmente giravam em torno das habilidades da arma, e agora essas melhoria especificas não existem mais. Eu por exemplo que amo usar a Ripper melhorava o mais rápido possível o alcance da lâmina pra poder atacar inimigos quando ele já tão esfregando suas genitárias em mim. Em Dead Space 3 isso não é possível, então ele nunca tem o alcance que eu gostaria.


Você também pode trocar essas partes das armas, o que até é legal no conceito, mas ele leva a coisas absurdas como colocar balas com efeito de stasis, e você não imagina o quanto esse tipo de porra quebra o jogo. 


Também foram limitados o número de armas que o Issac pode carregar para dois. Até reclamaria que isso prejudicaria pra ter armas pra se ajustar a todas situações bizarras que podem acontecer, mas adivinhem? Todas as armas compartilham a mesma munição. Sabe o que significa? Aquela arma explosiva capaz de explodir tua casa vale muito a pena e aquela metralhadora que gasta 100 balas em menos de dez segundos não. Bela forma de estimular o jogador a criar uma arma mega roubada e apenas abusar dela jogo.


E pra ajudar, esse jogo ama deixar equipamentos pelo nada inteiro, então você sempre vai ter nas itens do que vai conseguir contar.


Os outros itens do jogos são melhorados usando variado tipos de peças diferentes, o que é ok pra mim, mas achava os nodes e o uso inteligente do espaço nas armas mais único e interessante.


E sobre o level design, ele provavelmente é de longe a pior coisa desse jogo. Parece que você tá sempre andando pelos mesmos corredores, e nem em Dead Space 1 eu sentia isso. E o jogo ama mandar ondas dos mesmos inimigos em um corredor atrás do outro, o que torna o jogo mais repetitivo e maçante. Não digo difícil porque novamente os recursos são abundantes e dá pra facilmente criar uma arma roubada.


Os visuais não tiveram aquele grande salto nos visuais como foi o caso de DS2, na verdade a primeira parte do jogo se passando no espaço parece mais feia pelo visual mais genérico os mesmos corredores se repetindo. Ao menos a segunda parte no planeta, com toda aquela nave, tem um visual bem legal até, com o efeito da nevasca ou a cidade subterrânea, mesmo que eu ache estranho um Dead Space que grande parte não se passe no espaço.


E comecemos a falar sobre a história porque ela com certeza é uma coisa. 


Falando primeiro da parte boa. Dead Space realmente tenta responder perguntas que já vinham desde o primeiro jogo. 


Dead Space 3 realmente tenta explicar o que caralhos tá acontecendo. Você visita o planeta Tau Volantis acreditando ser a origem da raça que criou o Marker, apenas pra descobrir que era outra espécie que se ferrou na mão deles, mas nem tudo é em vão, eles descobriram que essa espécie criou uma máquina capaz de parar o processo de convergência dos necromorfos, pois como também é descoberto nesse jogo, eles se reunem pra basicamente se tornarem uma grande lua de corpos que ficam perambulando pelo espaço. 


É o tipo de insanidade que se esperaria da franquia, embora fica difícil imaginar um sujeito como o Issac lidando com algo de tamanha magnitude. Mas o conceito em si é bem legal e cria um bom mistério. Tipo, a batalha final é o Issac e o Carver (o personagem do CO-OP) e a luta é praticamente dois soldados peitando algo na linha de um deus de um J-RPG. É bem ridícula quando tu pensa bem, apesar de ser uma luta final melhor que a do segundo, se olhar pra jogabilidade.


O problema são os personagens, e o motivo é simples. Todo mundo é burro ou babaca sem motivo.


Issac virou um fracassado depressivo que só quer fugir. O que considerando toda a péssima experiência que ele sofreu como alucinações horríveis, anos numa ala psiquiátrica, além de dois desastres envolvendo necromorfos faria isso com qualquer homem. Meu maior problema é como todo mundo trata ele feito bosta, mesmo membros da EarthGov que não deveria ter a coragem de mandar uma dessas pro Issac vendo as merdas que a organização deles se envolveu.


A Ellie foi pior. Ela no segundo jogo era alguém gostável, capaz e competente. Aqui ele não faz porra nenhuma e fica reclamando bastante. 


Introduziram um companheiro amoroso pra Ellie porque trio amoroso imbecil é importante. E o cara é só um babaca que odeia o Issac porque acha que ele quer roubar a Ellie dele.


Do que raios isso me lembra?

A cena mais grotesca nesse artigo

Ohhhh... memórias sombria.


Inseriram um latino chamado Carver como companheiro do Issac porque companheiros latinos eram populares na época por motivos. E ele é exatamente o mesmo estereótipo de durão que no fundo é mole de sempre.


Os vilões desse jogo são os membros de um grupo chamado, The Circle, composto de membros do Unitology, e apesar de gostar deles finalmente receberem o grande foco já que eles sempre eram vilões secundários nos jogos anteriores, e sempre achei que tinha espaço pra explorar mais eles. O líder desse grupo é tão desinteressante e sem personalidade quanto o vilão do segundo jogo, então batata 2x.


Nenhum dos outros personagens é interessante ou se menciona muito sobre eles pra você se importar.


Pra resumir a história desse jogo. A parte envolvendo os necromorfos é bom, envolvendo os personagem não é.


No confronto final Ellie foge e Issac e Carver aparentam ter morrido, e o jogo acaba.


Exceto que o jogo não acabou pois Dead Space 3 tem o final em sua DLC. Yeah! O pessoal precisou pagar ainda mais pra ver como termina. Isso gerou um barulho lá em 2013.


Lado bom, eu até curti a DLC, achei a melhor parte de todo o jogo. Os criadores vão mais na linha do horror com o Issac e o Carver alucinado e se desesperado tentando pensar no que raios tá acontecendo. Tem umas seções mais criativas, com visuais macabros e momentos "Mas que raios?!". Tudo do melhor.


Issac e Carver conseguem chegar na Terra, mas as outras luas de necromorfo já estavam lá. E o jogo termina com uma delas aparecendo na frente da nave com os dois.


E esse é o final da franquia Dead Space. A porcaria de um cliffhanger. Por isso eu não quero a porra de um remake, Dead Space 1 é perfeitamente jogável até hoje, mas sabe o que não é perfeitamente jogáveis? O final da franquia porque Dead Space 4 não existe porque a EA não gostou da quantidade de vendas em Dead Space 3 e colocou a Visceral Games pra fazer jogos competitivos, até acabar com ela em 2017.


Tinha que ser a EA.

CONCLUSÃO 


Dead Space é uma série legal. Tem um universo interessante, a estética é legal, tem ótimos conceitos, e ao menos os dois primeiros jogos são bons. 


Foi um dos melhores IPs criadores na sétima geração e apesar de não ser uma boa franquia de terror, ao menos é uma boa franquia de ação com temática de horror.


A melhor lição pra esse caso é que a EA é uma bosta. Já é segunda trilogia que falo nesse blog, e a segunda que a EA cagou. Não deixem a EA tocar em algo ou o destino dele é ficar um porcaria.


Obrigado a todos que leram o artigo e espero enviar outro na próxima semana.


Tenham uma boa semana.

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