domingo, 3 de setembro de 2023

Indiana Jones e sua Primeira Aparição nos Cinemas


Me foi pedido pra falar alguma coisa sobre Indiana Jones e escolhi o primeiro filme porque só conheço os filmes, e começar por algum além do primeiro seria esquisito.

Pois é o Indiana Jones. Personagem mais popular do Harrison Ford, foi feito pelo Spielberg e George Lucas, todo mundo conhece, e tem um chapéu bem legal.

Esse é o cara. 

Sei lá, não imagino uma forma de apresentar isso.

É um professor de faculdade que nas horas vagas fica procurando relíquias do passado enquanto espanca algum grupo/organização maligna (principalmente nazistas). Você com certeza sabe quem é.

Todo meu conhecimento do personagem e suas aventuras se resumem aos quatro primeiros filmes dele (não pretendo assistir o quinto tão cedo). Não conheço nada da série, não joguei os jogos, e se existe um quadrinho ou livro que expande mais o universo, desconheço.  Possivelmente não será a análise mais profunda do personagem que vocês já viram.

A maior inspiração dele são aqueles filmes dos anos 30 com homens explorando lugares remotos e lidando com todo tipo de insanidade, mais ou menos como a Múmia de 1999.

Caçando a Arca Perdida

 

 
A aventura começa com o Indiana Jones, juntando com uns dois figurantes (um deles é o doutor Octopus do Homem Aranha 2), numa aventura no Peru em busca do Ídolo Dourado. Gosto como essa cena inicial faz o Indiana Jones parecer uma figura misteriosa, repleta de questionamentos. Hoje em dia é completamente besta pois todo mundo conhece o personagem, mas não acho estranho alguém lá em 1981 olhando para essa cena inicial e questionando que tipo de homem ele seria. Interessante apontar também que o filme se chamava apenas "Raiders of the Lost Ark" (Caçadores da Arca Perdida) e só com a fama que o personagem veio a receber com o tempo, que o nome do filme foi alterado para "Indiana Jones and the Raiders of Lost Ark", isso auxilia um pouco meu ponto. 

O indiana Jones percebe que um dos figurante esquecível tenta atirar nele e usa o chicote, fazendo esquecível correr, pois figurante não pode ter muito tempo de tela. 
 
EyesofMolina
Aranhas já atrapalhavam Molina antes de 2004

O figurante Octopus leva Jones ao ídolo. Jones prova nessa cena que ele é bem mais tapado e azarado do que os minutos anteriores davam a entender. Começando por acionar uma armadilha que ativa todo tipo de geringonça que tu espera de um templo antigo. Figurante Molina trai Jones para ter o ídolo para si próprio e morre fora da tela.

Terá sua chance de brilhar em Homem Aranha 2, figurante Octavius, não se preocupe.
 
JonesIdolo

Após recuperar o ídolo, acontece a cena mais icônica desse filme, a fuga da pedra. Yeah! essa cena. A mesma cena que você viu trocentas vezes sendo referenciada em todo tipo de lugar.
 
pedra
O melhor personagem aparece

Jones consegue escapar, apenas para ser recebido por uma tribo de indígenas da região e seu rival de arqueologia, René Balloq, que rouba o ídolo. Ele é aquele tipo de vilão babaca que sempre tá um passo a frente do herói.
 
Balloq

Aproveitando um momento de distração, Jones aproveita para escapar enquanto é perseguido pela tribo indígena. Eu acho interessante como só tentam usar as lanças e flechas apenas quando o Jones chega no avião, e como os primeiros minutos do filme dão a entender que Jones pode estar na mata a horas/dias, mas parece que chegou no avião em poucos minutos.

Antes da cena no Peru acabar, eles estabelecem que Jones tem medo de cobras, pois acredito que quiseram que o Jones fosse visto como um homem imperfeito, que tem falhas. tambémpode ser que só quiseseem um alívio cômico pra certas cenas, eu acho.
 
JonesIntelectual

O filme corta pra Jones dando aula numa faculdade. O cara não é só um estúpido que bate e fica viajando por aí, também é um professor de respeito. Eu acho bacana mostrar o Jones como mais que um explorador que quer bater em todo mundo, e quer viver de correr riscos.  Interessante mostrar que ele tem um lado mais intelectual, e que isso o ajuda na jornada. Jones é provavelmente o professor de faculdade com a vida mais fascinante do mundo. Eu não sei por que todo filme do Indiana Jones os aluno na aula dele parecem achar tudo um saco. Eles tem um cara que provavelmente espanca nazistas toda semana e sempre faz viagens para os lugares mais perigosos do mundo na frente deles, tinha que rolar ao menos umas histórias interessantes no meio da aula que despertaria o interesse dos alunos. Isso não faz sentido.

Antes de continuar a jornada de Jones nesse filme, tem uma pequena cena após o fim da aula que Jones menciona a venda de relíquias que ele conseguiu enquanto explorava, meio que ferrando aquele defesa que Jones costuma devolver relíquias aos povos originais (embora ele faz isso em Templo da Perdição e Caveira de Cristal). 

Eu não vou fazer textão reclamando porque é um filme bobalhão dos anos 80, e geralmente os lugares que Jones visita não são os melhores lugares para se preservar a história dessas relíquias. Só quis apontar. 

Isso porque não mencionei a implicação no filme que o Jones tá se relacionado intimamente com uma das alunas.
 
FalandoDaArcaPerdida

Depois da aula, o Indiana e um amigo, Brody, discutem com agentes do exercito americano sobre o envolvimento de nazistas com Balloq, e descobrem que se tratava do item em questão no título do filme, a Arca da Aliança. É o momento que esse filme realmente tenta mostrar que o Indiana Jones sabe fazer mais que correr de indígenas e desarmas pessoas com chicote, mostrando ser um legítimo intelectual amante da história e cultura. É uma cena até interessante. Não sei se o conhecimento da bíblia nessa cena é realmente válido considerando que filmes do Indiana Jones não são conhecidos por fazerem um bom trabalho em representar culturas ou fatos históricos de maneira correta. É a mesma franquia que teve um dos filmes proibidos na índia pela forma medonha que representou a culinária do país, vale lembrar.

Antes de começar a viagem, Jones tem uma pequena conversa com Brody. Na conversa, Bridy avisa a Jones sobre ser aberto a coisas inesperadas e ter cuidado com a arca. Jones pensa que isso é baboseira supersticiosa e ignora. Essa cena é bem fácil de ignorar, mas eu vou lembrar dela mais pra frente no artigo.
 
IndoAoNepal

Jones pega um voo e vai a um bar no Nepal encontrar com um velho conhecido chamado Abner, que possui um medalhão que auxiliaria a encontrar informações sobre a localização da arca. 
 
Marion

No local, descobre que esse amigo estava morto e encontra a filha dele, Marion, que é um antigo interesse amoroso dele. Jones como todo protagonista de filme de aventura dos anos 80  tem um par amoroso. A cena de apresentação dela faz parecer que ela é uma mulher forte e que sabe se virar, mas ela é até mais tapada que o Jones.

Toht

Os nazistas que estavam vigiando Jones desde que embargou no avião encontram Marion sozinha e a ameaçam caso ela não diga a localização do medalhão. 
 
garrafada

Jones aparece e começa uma cena de ação bem legal no restaurante com todo mundo se batendo e atirando, e com garrafas sendo jogadas na cabeça do outro porque estamos num bar. Essa cena também introduz um dos vilões do filme chamado Toht. 

TothDestroiJanela
Toth fugindo pela janela após queimar a mão

Não sei porque ele tá nesse filme, o filme vai apresentar outro comandante nazista no futuro e já tem o Balloq como rival. Eu só consigo lembrar de duas coisas do Toht nesse filme, ele correndo e pulando pela janela feito um imbecil nessa cena no bar por queimar a mão, e a expressão idiota que ele faz quando é derretido no final do filme. É só isso, ele é um meme. O filme faz parecer que ele é um nazista sinistro, mas ele não faz praticamente nada útil e mal aparece.


Finalmente, Jones e Marion vão ao Egito procurar a arca. 


Jones pede ajuda a um amigo, Sallah, que é muito gente boa, e promete ajudar os dois. Não muito depois os dois se metem em mais encrenca com os nazistas com mais cenas de ação e mais uma das grandes cenas icônicas desse filme, um homem fazendo malabarismo com espadas para o Jones matar ele de forma bem besta com um pistola.


Essa cena nunca perde a graça, ela é tão boa e marcante que até fazem piada sobre ela na continuação desse filme. 

Marion acaba sendo capturada pelos nazistas e aparentemente morre em uma explosão. 


Jones fica deprimido e se lamentando até que Balloq aparece pra conversar. Sabe aquele papo de vilão de "somos muito parecidos"? É esse tipo de bosta. 


Como todo bom protagonista, Jones mandou ele ir pra aquele lugar. 


Antes de todo homem naquele bar matar o Jones (pois Balloq é o vilão do um passo a frente), ele acaba sendo salvo por um grupo de crianças, antes de comentar que seria sacanagem do Jones usar crianças pra se proteger, isso foi coisa do Sallah, embora Jones aparenta ter ficado de boa com a ideia.


Jones e Sallah voltam juntos para a casa do segundo, e descobrem a localização da arca através de um pouco de uso do cérebro. Esse é um bom momento pra mencionar que desde que Jones chegou no Egito, tinha um pequeno macaco o acompanhando. O macaco é um bichinho de estimação que é de um assassino contratado pelos nazistas pra matar o Jones. Os nazistas só tinham sequestrado a Marion porque o macaco tinha indicado a localização dela.


Estou mencionado ele só agora porque ele morre nessa cena ingerindo um alimento envenenado pelo próprio mestre que era direcionado a Jones e Sallah. Olha, a morte do macaco foi a mais satisfatória nesse filme inteiro pra mim. Eu não sei explicar como a morte de um macaco consegue me agradar mais que a de nazistas, deve ser pelo quão irônica ela é. 


O filme finalmente introduz o grande nazista, coronel Dietrich. Ele é mal, ele é um nazista, e demorou quase uma hora pro filme introduzir ele.

Os dois em seguida vão a zona de escavação, onde a arca está escondida, se disfarçando de trabalhadores pobres da região porque os nazistas já tavam lá. O filme já tinha levantado a pergunta de como os nazistas já tinham descoberto a localização. Se lembra daquele psicopata lá do Nepal que pulou de forma tosca pela janela por queimar mão e que já não aparece a um tempo? Pois é, quando ele queimou a mão, as marcas do medalhão ficaram gravadas na mão do cara. Impressionante como a coisa mais útil que ele faz nesse filme foi um acidente.

Mas os nazistas não encontram a arca porque apesar da região ser a certa, eles não sabem a posição correta da sala onde a arca está escondida. Eu até faria uma piada sobre ser porque os nazistas não pegaram que a marca ficaria invertida na mão do Toth, provando que são burros pra caralho, mas não, foi porque eles não tinham todo o conteúdo contido no medalhão.
 
Logo após essa parte, o filme revela que a Marion está viva também, presa na tenda de Balloq, no meio da zona de escavação. Considerando que "a morte dela" tinha ocorrido sem o Jones ver um corpo, não era difícil imaginar essa revelação vindo, mas ainda me faz perguntar porque os nazistas não colocaram ela no caminhão de verdade. Eles tinham tanta certeza que o Jones ia conseguir evitar que o caminhão escapasse e improvisaram toda uma cena falsa pra parecer que a Marion tinha sido colocada lá? Bem... considerando que até esse momento não tavam conseguindo matar ele enquanto a lista de mortos deles só subia, acho que é justo.


Jones e Sallah vão numa sala contendo o mapa que vai indicar onde a Arca da Aliança está e... essa parte não é muito interessante e precisaram meter um soldado nazista ameaçando o Sallah pra ter alguma coisa minimamente interessante acontecendo.

Jones e Sallah encontram o local específico onde a arca está escondida, mas antes disso Jones reencontra a Marion e percebe que ela tá viva! Yeah!!! 
 
MarionTriste

Você até imagina que os dois vão ter algum momento legal até o Jones apontar que resgatar ela alertaria os nazistas e decidiu deixar ela lá. A expressão da Marion não acreditando no que o Jones tava falando fez toda essa cena, mas é, o professor precisa encontrar seu tesouro. 
 
JonesEscavadores

Depois disso, Jones se encontra com Sallah e meia dúzia de trabalhadores para cavarem uma entrada para a sala com a arca. Olha, o plano do Jones e Sallah é bem tapada se for pensar bem. Os caras genuinamente acreditavam que um grupo de meia dúzia de homens num morro bem visível ao lado dos nazistas não chamaria atenção de alguém que pensaria "Por que tem gente cavando ali?". 


Um pouco mais tarde, na tenda de Balloq. Balloq tenta convencer a Marion a auxiliar ele e os nazistas a encontrar a Arca Perdida (além de querer algo mais apimentado com ela como o próprio tenta convencer). Marion consegue enganar Balloq e quase escapa, mas eis que Toth faz algo útil propositadamente, e impede a fuga da Marion. Pesquisando um pouco, descobri que essa cena só existiu pra justificar a Marion com o vestido, já que tem uma cena no futuro do filme que ela deveria ter um, e precisavam de uma explicação decente. Balloq sendo pervertido, tá lá.

Dietrich reclama da falta de resultados e exige a Balloq que seja útil. Considerando que a cena anterior o cara parecia só pensar com o cérebro de baixo, eu tenho que concordar.


Sallah e Jones conseguem encontrar a Arca e parece que as coisas vão fluir bem, até que bem... Balloq percebeu que tinha gente num pequeno morro sem explicação. Avisei que ia dar merda.


Os nazistas chegam lá e pegam a arca pra eles, mas sem antes prender a Marion e Jones dentro da sala cercado por cobras. Vendo todo tipo de situação que o Jones já lidou você pensaria que o Balloq ou algum nazista pensariam na possibilidade do Jones escapar dessa de alguma forma e apenas mandaria um punhado de nazistas atirar logo no Jones, mas nope.


Após a entrada ser fechada os dois tentam encontrar uma forma de sair. Jones pensa em derrubar uma pilastra contra uma parede que parecia esconder outra sala.

Pra um cara com fobia de cobra, Jones lida surpreendentemente bem com a situação, até melhor que a Marion, apesar de se colocar o mais longe que podia das mesmas.

A pilastra é derrubada e os dois saem e encontram uma saída.


A cena seguinte temos os dois tentando roubar um avião perto. É uma cena consideravelmente longa que no final das contas é inútil. São uns 5 minutos com o Jones e a Marion tentando roubar um avião, com direito ao Jones sofrendo e apanhando de um nazista gigante e musculoso pra no final o avião explodir e os dois não terem conquistado nada. É uma versão menos tapada daquela cena em Caveira de Cristal com o teste da bomba atômica. Pelo menos a luta é divertida e engraçada.


Jones vê os nazistas fugindo com a Arca da Aliança e deixa a Marion com Sallah que ainda tava lá e vivo, e começa provavelmente minha cena de ação favorita nesse filme inteiro, Jones perseguindo o comboio.


Não tem cena nesse filme com Jones ferrando tanto nazista como nessa aqui, e já começa bem com o Jones alcançando o caminhão com um cavalo e jogando os dois nazistas na cabine pra fora. A partir daí é 4 minutos do nosso herói jogando pra fora da estrada todos os outro veículo do comboio exceto o que tinha Balloq e Ditch. 

Os nazistas na parte traseira do caminhão finalmente decidem fazer algo e tentam tomar o controle, e são jogados pra fora um por vez, exceto o último que aproveita que um dos seus companheiros tinha conseguido acertar um tiro em Jones e só fica socando a ferida sem dó.


Aqui começa a melhor parte dessa cena que já tava indo bem. O nazista arremessa Jones pela janela do caminhão. O mesmo fica se segurando no parachoque pra não cair. O nazista tenta esmagar o Jones pressionando o caminhão no veículo de Balloq até que Jones vai se movendo pela parte inferior do caminhão, pois tinha amarrado o chicote no parachoque pouco antes. Jones consegue se puxar e escalar o caminhão por trás, chega na cabine do motorista novamente, espanca o nazista de antes, joga ele pela janela igual tinha acontecido com ele.


Simplesmente perfeito.

Esqueça o macaco, essa foi a morte mais satisfatória desse filme.

Jones consegue escapar com a arca com ajuda de alguns civis da região.

No geral, esse é o momento mais satisfatório do filme inteiro. O Indiana Jones finalmente ganhou uma. Desde o início do filme o Balloq e os nazistas tinham a dianteira e ficavam pelo menos um passo a frente, agora Jones tinha a Arca da Aliança segura em sua posse, sem os nazistas saberem sua localização, e com a Marion e Sallah vivos e bem. 


Tanto Jones e Marion aproveitam a situação e se preparam para sair do Egito de navio, se despedindo de Sallah, que vai ficar de fora da reta final do filme, mas sem antes levar um beijo de agradecimento. Ao menos foi um final feliz pra ele.


Depois disso temos alguns minutos de Jones e Marion levando o relacionamento um pouco mais a fundo. Nada muito errado e bem namoro bonitinho de cinema. Claro que não dura muito porque obviamente a coisa não ia acabar tão fácil assim pros dois. Os nazistas abordam o navio, levando a arca e a Marion em um submarino. 

Como eles descobriram que o Jones tava naquele navio? Não faço a menor ideia, e não me lembro de explicarem em algum momento.

Por sorte, Jones consegue se infiltrar no submarino sem alerta o pessoal. Ótimo trabalho considerando que deve ter uma dezena de nazistas lá, e um submarino não é o ambiente mais espaçoso do mundo.

Eles param numa ilha isolada. Jones aproveita pra tentar se disfarçar de um dos nazistas, a roupa que ele pega não cabe nele, um coronel nazista (pelo o que eu lembro), acredita que Jones é um soldado fazendo corpo mole. Leva um socão na cara e tem seu traje roubado.


Enquanto os nazistas tavam lá caminhando bem de boa, Jones sobe um morro com uma bazuka e ameaçar explodir todo mundo se não libertarem a Marion e devolverem a arca. 

O cara não tá de brincadeira.


Balloq consegue convencer Jones a abaixar a arma apelando pro lado curioso de historiador dele. Foda-se a Marion, o que importa é a arca parar num museu pra ser estudada. 

Apesar do último comentário, é uma boa cena. Mostra bem quem é o Jones, um amante de antiquários acima de tudo, e comprova o quão bom vilão Balloq é, explorando o lado acadêmico do Jones pra conseguir o que quer.

Com isso, Jones acaba sendo capturado e preso junto com a Marion. 


Nesse momento o filme explica porque ao invés de ir direto pra Alemanha, o pessoal tá perdendo tempo numa ilha no meio do nada. A razão é basicamente que eles querem verificar se tem algo dentro da arca antes de abrir na frente do Hitler, achando que se não tivesse nada, iam ter um destino nebuloso na frente deles. Considerando o tanto de merda que vai acontecer daqui a pouco, imagina quanta merda podia ter sido evitada se tivessem aberto isso na frente do bigodinho?


Antes da Arca da Aliança ser aberta, Jones avisa a Marion pra fechar os olhos.

Sendo franco agora, eu genuinamente não lembro em algum momento do filme, o Jones lendo ou mencionando em algum canto sobre os perigos de estar com os olhos abertos quando a arca estivesse aberta. Tem um trecho no Velho Testamento que menciona a morte de pessoas se olharem diretamente pra dentro da arca. Considerando a cena lá com os agentes mostrando que o Indiana conhece bem a Bíblia, tem algum base justificando a atitude do Jones, só gostaria de algo no filme justificando.  

Eu gosto da ideia dessa cena já que seria uma forma de mostrar que o Jones, que diferente do Dietrich e Balloq, genuinamente tem apreço pelo que a história tem a contar, entendeu que algo ruim aconteceria pra quem estivesse de olhos abertos quando a arca fosse aberta. Infelizmente o filme também mostra antes do Jones viajar para o Nepal, que ele era cético sobre o misticismo envolvendo a arca, e em nenhum momento no filme mostra que o Indiana ficou mais aberto a possibilidade do sobrenatural ser uma possibilidade. Então eu me pergunto porque agora ele acredita ao ponto de fechar os olhos e mandar a Marion fazer o mesmo porque um trecho na Bíblia diz que quem olhar vai morrer? Também não é como se algo sobrenatural tivesse acontecido até esse momento do filme também.


Bem... Os dois fecham os olhos, a arca é finalmente aberta, e todos de olhos abertos começam a morrer. A forma da morte dos nazistas deve ter sido brutal lá na época, principalmente pelo quão absurda essa cena é comparada ao resto do filme. Hoje em dia, com esses visuais? Elas são um pouca toscas e eu acho elas até engraçadas.

A segunda cena memorável do Toth nesse filme:
 
ApiceToth

Após geral ser morto, a Arca da Aliança se fecha. Jones e Marion tão vivos e bem, e o filme corta pra Washington. Jones tá puto porque o pessoal do governo americano ficou com a arca. 

Nesse momento eu aponto mais uma confusão sobre o Jones nesse filme que o pessoal popularizou. Muitos defendem que ele ficou puto porque o governo americano não entende os riscos da arca, o que em si não está errado, apesar que em todo esse tempo a arca estar em posse do governo americano nunca deu merda (pelo menos nos filmes).

Problema é que as palavras do Jones dão a entender que a raiva é mais por ele e outros arqueólogos não poderem estudar a arca, e não sobre os perigos dela.


O filme termina com ele e a Marion saindo juntos e felizes, e a arca sendo colocada num armazém onde provavelmente será esquecida ou coisa do tipo.


O fim.

Avaliando finalmente

Deu pra ver que não sou o maior fã da primeira aventura do professor Indiana.

Antes disso eu vou dar destaque para o que eu realmente gostei e não escrevi no texto, que é a trilha sonora, que é ótima.

Dificilmente você não conhece pelo menos a música tema da franquia.

"Tan taranram tan taranram tan taranram tan tanraram TAN tanraram TAN RAN RAM tanraram!!!! tanraram! tanraram TANRARAM!!! tantaram tanraram tanraram tanraram..."

A trilha sonora seria obviamente boa pois foi feita pela John Williams, o mesmo que compôs a música de Tubarão, Jurassick Park e Star Wars. Pelo menos umas 5 músicas bem memoráveis da história do cinema vieram só dele.
 
A estética não fica atrás. O filme faz um belo trabalho de homenagear of filmes de aventura dos anos 30 e 40, conseguindo também ser bem fiel a estética da época, não nos mínimo detalhes, mas o suficiente pra não te incomodar. 
 
Acho que um belo exemplo de que a cinematografia desse filme é ótima é as cenas do Jones viajando pelo mundo com um mapa mostrando uma linha representando o transporte sendo usado. Uma cena tão pequena e ainda sim te ajuda a dar uma sensação boa de que tá ocorrendo uma viagem para o desconhecido. Isto é óbvio quando tu lembra que um dos responsáveis foi o Steven Spielberg, e todo mundo sabe que o cara realmente é bom nessa área.

As cenas de ação/aventura envelheceram  bem. Continuam bastante divertidas e são pé no chão o bastante pra não parecer que está assistindo algum desenho animado, Jones ainda se cansa, se fere, e vence muitas vezes na base do improviso, o que é um ponto positivo quando se cria um filme de ação desse tipo. O protagonista apesar de alguns feitos mais insanos, ainda lembra um humano, coisa que muito filme de aventura falha em fazer.

Agora sobre o roteiro em si, ele é bacana. Pessoal hoje em dia fala como se os três primeiros filmes do Indiana Jones fossem um dos maiores exemplos da história do cinema de como realmente escrever uma trama, e gostam de colocar eles num patamar surreal. Eu só vejo como filmes de ação divertidos pra entreter por um tempo, e honestamente, os próprios filmes parece que nunca eram pra ser muito mais que isso. Nem falo isso por mal, já que nem tudo precisa ser uma história de drama sombria pra ter valor, uma boa história simples de comédia e aventura pra mim pode ser melhor que muita obra "madura" por aí. Eu só não acho o primeiro Indiana Jones uma obra prima, ou um dos melhores filmes de aventura já feitos.

Acredito que podiam ter explorado mais o cinismo do Jones sobre o lado mais místico e sobrenatural da arqueologia, talvez como algo perigoso e não só como algum tipo de desafio. Certas cenas dão a entender que isso vai ser um ponto mais relevante pro personagem em algum momento e isso nunca acontece. Até seria legal pra o Jones ter uma relação mais pessoal com o que tá acontecendo, e seria mais interessante que aquele pequeno momento de depressão após a "morte" da Marion, que como já disse, o cenário todo dava a entender que ela ainda tava viva, ficando difícil de importar.

Falando na Marion, ela é um companheira não muita boa. Ela ocasionalmente improvisa algo útil e até deu uma boa ajuda ao Jones na luta do bar, mas basicamente ela tá lá pra ser salva pelo Jones e protagonizar algumas cenas engraçadas. Acho que a razão do pessoal gostar dela é pela atuação da Karen Allen, que torna a personagem mais carismática (provavelmente também pelo quão horrível a companheira do Jones em Templo da Perdição é em comparação). Ainda defendo que o Sean Connery foi a melhor companhia que o Jones já teve em qualquer um dos filmes.

O próprio Harrison Ford faz um trabalho legal nesse filme. Nessa época ainda não parecia que ele só queria estar em algum outro lugar, como em quase todo filme que ele aparece nos últimos 20 anos.

Em geral os atores não são ruins, fazem um bom trabalho com o que foi dado. 

O filme podia ter um vilão a menos. O Balloq e o único com uma personalidade e motivações que podem ser chamadas de interessantes. Toth,  novamente, quase não fez nada o filme inteiro. Dietrich só tá lá pra ter um grande nazista pro público ver.
 
Agora a grandes questões relacionadas ao filme que ouvi falar:
 
"Se Jones não tivesse feito nada o filme terminava na mesma!"

Tecnicamente, não tá errado. No final das contas o que mata os nazistas é terem aberto a Arca da Aliança, coisa que sempre foi o plano deles. Entretanto, sem o Jones lá na região era bem provável que outro grupo de nazistas poderiam ter ido verificar a situação, e talvez conseguissem usar a arca com resultados mais tenebroso. 

Entretanto, também tem a conversa sutil com o Brody, logo antes do Jones viajar para o Nepal. Essa conversa da a entender que o ponto dessa trama talvez sempre fosse sobre a arrogância do Jones e os nazistas de acharem que podiam lidar com qualquer coisa que estivesse dentro da arca, subestimando seus riscos. E que o conflito entre Jones e os nazistas sempre foi secundário. 

Apesar de ser um filme bobo de aventura, ele tem camadas.

O filme podia ter desenvolvido esse ponto melhor que não dependesse de uma conversa de menos de dois minutos, fácil de ignorar, pra não parecer desculpa esfarrapada, mas existe ainda sim.

"Templo da Perdição torna o ceticismo do Jones nesse filme estúpido!"

Pois é, Templo da Perdição acontecer antes desse filme na cronologia nunca vai deixar de ser uma das coisas mais estúpidas daquele filme. Nada é ganho com Templo da Perdição acontecendo antes de Caçadores da Arca Perdida.

Pra resumir, é um filme bacana. Bem produzido, charmoso e tapado, sendo o bom tipo de tapado.

Considerando que o quinto filme, pelo que eu ouvi, é uma porcaria. Provavelmente eu nunca vou ver.

Obrigado a todos que leram esse artigo até o fim.

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