segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Avaliando Hitman 2 porque nunca joguei o primeiro (HD Pack)

 



A série Hitman. Como não amar um jogo com um protagonista careca, com um código de barras na parte traseira da cabeça, buscando uma forma mirabolante de matar uma pessoa.


É. Uma boa experiência.


Apesar de Hitman 2 ter sido o primeiro jogo da franquia que eu joguei, a primeira vez que tive contato com um dos jogos foi Hitman Blood Money na casa de uns primos. O jogo pode não parecer hoje em dia essas coisas, mas pra mim um jogo que você podia ver um jornal descrevendo como você fez a missão, e dependendo se você foi discreto ou não, acabava tendo uma descrição sua no jornal, parecia o mais ultra mega realista que um jogo poderia chegar.


Após isso eu só queria um jogo do Hitman, até que ffinalemtne com minha família andando pela cidade nós entramos numa loja e um dos jogos era Hitman 2. 


Eu pensei "Caralho, Hitman! E ainda é o 2. Deve ser ainda mais foda que o primeiro!"


Quando cheguei em casa e fui que nem maluco ir jogar o jogo, todo alegre, esperando me divertir mais que tudo nesse mundo. 


Aí eu comecei e logo de cara já percebi que o jogo aprecia mais feio, e jogando um pouco ele, também não parecia ter tantos recursos quanto o Hitman que tinha visto na casa dos primos.


"As bombinhas remotas? A maleta? Cadê o jornal!?"


Depois de muito tempo, eu descobri que Blood Money não era o primeiro Hitman, e sim o quarto jogo da franquia. Explicando todos os problemas que eu estava tendo. Esse também foi o dia que descobri o quanto odeio continuações sem numeração. 


Mas agora que já lembrei dessa tristeza da infância, vamos falar logo da série Hitman.


Hitman contém oito jogos na sua série principal. Os quatro jogos clássicos da ´decada de 2000. Hitman Absolution que foi uma tentativa de mudar a fórmula da série que os fãs não gostaram, que eu joguei e particularmente até "apreciei" mesmo achando ele tudo que a série não deveria ser. E essa trilogia nova que começou em 2016, que não joguei, mas pretendo ainda jogar um dia.


E o inicio da franquia foi lá no ano 2000, com Hitman: Codename 47. Foi desenvolvida pela IO Interactive, a produtora da série até hoje, e publicada pela Eidos Interactive. 


Hitman tinha visão em terceira pessoa, uma forma linear de matar os alvos, fases que as vezes não tinha nada a ver com stealth, combate ruim e obrigatório em certas ocasiões... 


O jogo até foi bem recebido, mas sendo franco, foi mais pelo conceito de ser um assassino de aluguel, o que era e até hoje é um conceito legal, e não por sua alta qualidade. Em 2002 surge Hitman 2 Silent Assassin, a continuação que diferente do primeiro também saiu para os consoles caseiros, sendo provavelmente a maior razão de muitos terem começado a franquia nele. 


E ele seria o primeiro jogo na franquia a ter múltiplas formas de matar o alvo, além de outras mecânicas novas.


Hitman 2 tornou a franquia no que ela é hoje, então?


De certa forma sim. 


TENTANDO NÃO RETORNAR A VIDA DE ASSASSINO DE ALUGUEL E... VOLTOU


O jogo começa com dois homens misteriosos visitando um asilo abandonado, que também é onde ocorreu a última missão do Hitman original. Os dois assistem as câmeras de segurança e ficam impressionados como o 47 mata todo muno sem a mínima dificuldade e acreditam que de forma nenhuma um cara desses estaria morto.


O jogo muda para o 47. Ele está em uma igreja na Itália, trabalhando com jardineiro e auxiliando o padre Emillio Vittorio. Ele se aposentou da vida de assassino de aluguel e está buscando um novo rumo na vida, e achou que o cristianismo seria uma boa.


Como tudo na vida, algum evento surge e atrapalha o plano.


Homens de uma máfia antiga da Sicília sequestram o padre Emillio e exigem 500 mil dólares em retorno. 


Como o 47 provavelmente era pago apenas vivendo naquele cubo no jardim que podemos chamar de casa. Não resta outra escolha a ele a não ser contatar a agência que trabalhava e pedir ajuda.


Diana, a mulher que dava informações sobre as missões avisa que vai ajudá-lo, mas precisa que ele faça um serviço em troca. 


47 vai de encontro com o local que o padre Emillio estaria em cativeiro. Lá ele mata o chefe da máfia mas não encontra Emillio, agora só restando ele continuar exigindo ajuda da agência enquanto cumpria aquele serviço.


A partir daí, 47 começa a ir nas missões apenas pela grana e o trabalho.


Na verdade é impressionante como o quão rápido o 47 vai de não quero voltar a essa vida e preciso salvar o Emillio para assassino de aluguel que só pensa no pagamento.


Entretanto, essas mortes todas causadas pelo 47 tinham algo em comum. Todos tinham negócios com Sergei Zavorotko (o único sujeito na reunião com os generais que não se vestia como um deles). Sergei e esses homens estavam envolvidos em um negócio de vendas de mísseis nucleares, e pretendia vender para um grupo de cultista da Índia. Sergei fez 47 eliminar o líder do grupo quando o mesmo traiu o acordo entre eles.


Após todo essa loucura que o Sergei se meteu e parece que não deu em porcaria nenhuma se for pensar bem. Ele arranja um contrato falso tentando atrair 47 para um armadilha e em seguida matá-lo. O próprio alvo era o Sergei, e inclusive chamaram outro agente parecido com o 47 para a armadilha.


"Mas por que caralhos ele mataria o 47?"


Eliminar possíveis pontas soltas. Foram descobertas as ligações entre as vendas dos mísseis nucleares e Sergei, e ele culpa o 47. 


Algo interessante que não é mencionado nesse jogo, 47 mata o irmão de Sergei, Arkadij, no primeiro jogo, que eu não sabia na época porque não tinha jogado ele. Ele também era um dos "pais do 47", já que o mesmo foi criado em laboratório e o DNA de Arkadij foi um dos usados. O que torna Sergei meio que o tio do 47.


Yeah... Nada disso é dito no jogo, no máximo é dito que o irmão de Sergei participou do projeto de clonagem, mas não mais que isso. 


Jogando Hitman 2 lá na época, eu não sabia o quanto essa franquia tinha de elementos de ficção científica no seu enredo. Principalmente porque Hitman 2 é bem mais padrão e pé no chão em relação a esse tipo de conteúdo.


Voltando para o contrato falso.


47 obviamente, como o fodão que é, consegue matar o outro agente. Nesse momento descobrimos mais uma coisa. O padre Emillio não apenas continuava vivo como era refém de Sergei, inclusive, eles estão na Igreja onde você guarda todas as suas armas e o espantalho medonho ficam. 47 mata Sergei e todos os seus homens, salva padre Emillio, e logo depois afirma que cristianismo não é para ele e vai embora de forma fodona. 


47 ateu confirmado.


Essa é a história resumida de Hitman 2.


Essa história é ok. Não vou mentir, eu gosto da ideia do 47 tentando mudar o rumo da vida, tentando se preocupar com alguém, e tudo mais. Mas depois de pouco tempo ele já tá cagando pra tudo isso e tá lá feliz fazendo o que ele quer, podiam ter explorado mais isso. E isso era a premissa da trama do jogo, do 47 tentando se redimir. Como o jogo ignora sua própria premissa? Ao menos a conclusão disso é satisfatório. 


Também tem o homem misterioso que fica ao lado do Sergei na maioria das cenas. Quem é o cara? Por que o jogo dá tanto foco nele e no final ele simplesmente não é mais mencionado? E o pior é que ele provavelmente é o sujeito que avisou as autoridades sobre os mísseis se for pensar bem. O 47 nem sabia da ligação e nem falaria sobre isso se soubesse, e o único sujeito que sempre esteve acompanhando o Sergei em todo o plano foi ele.


Só estou teorizando isso, não tem nada sólido comprovando o que eu disse, mas não consigo pensar em outra pessoa.


Mas acho que esses são meus únicos problemas com a trama que valem a pena falar.


A cinematografia para um jogo de 20 anos atrás é bem boa, e ela apesar de não ser complexa e nem tentar expandir o papo dos clones que tinha no primeiro jogo, sendo uma trama isolada, ela ainda é competente. 


E como muitos fãs do jogo falam, é legal ver o 47 realizando serviços em várias regiões do mundo, não que esse jogo seja o único na franquia que o 47 faça isso, mas os ambientes e a trilha sonora ajudam a tornar essas regiões mais imersivas.


HAJA PASSAPORTES PARA TANTA VIAGEM


Hitman 2 coloca o 47 para visitar várias regiões do jogo. A primeira missão Anathema é na sicília, na Itália, além da Igreja que o 47 sempre visita antes de ir numa nova região. Além dela tem a Rússia, o Japão, a Malásia que é um prédio genérico que poderia ser em qualquer outro lugar, Afeganistão e Índia.


Então é... Esperem bastante variação na aparência dos NPC's, vegetação e propriedades. Os ambientes são bem marcantes e fazem um bom trabalho de pegar a estética dos países. Até o clima vai nessa linha, com a Rússia nevando e sendo mais cinzenta e o Afeganistão sendo um deserto ensolarado, por exemplo.


O único que eu achei fraco em relação ao resto, nesse aspecto, foi a Malásia. O visual do ambiente é tão genérico que poderia ser em vários outros países, e todas as missões nela são em um único prédio onde você praticamente só fica na parte de dentro.


E mesmo nesses ambientes existem cenários variados. Vilarejos, bases subterrâneas, escritórios, hospitais isolados, apartamentos de luxo, mansões...


Existe uma variação nos lugares que você visita nesses países.


Essa variação nos ambientes é bem legal, e ajuda bastante na sensação de estar conhecendo e experimentando várias regiões do mundo. E os gráficos do jogo ajudam bastante nisso. Hitman 2 é bem bonito para um jogo de 2002, e no geral envelheceu relativamente bem tirando talvez os NPC's.


Na verdade, os criadores se esforçaram tanto para pegar a cultura dos ambientes, que até acaba entrando na linha do estereótipo. Os NPC's da Itália são mafiosos, no Afeganistão fosse lida com terroristas, Índia cultistas, Rússia soldados e generais... raios! No Japão tu chega a lidar com ninjas que saltam do teto!


As coisas mais toscas que você imaginaria sobre o povo de um país, Hitman 2 abraça com força.


No geral, o visual do jogo é bem bacana. E cria uma boa experiência de estar viajando os mais diversos lugares do mundo.


FURTIVIDADE + QUEBRA CABEÇAS


O que me fez encarar a franquia Hitman de forma diferente das outras que focam em furtividade como Splinter Cell ou Metal Gear é a maior necessidade de elaborar todos os passos necessários para matar o alvo.

    
Imagine um caso que você precise de um cartão de acesso, um disfarce, um produto para entregar para conseguir chegar no seu alvo, mas de repente tu se esquece de esconder uma arma no pacote, e fica sem nada para matar seu alvo. O plano foi para o buraco e o alvo vai ficar vivo.


Esse é o charme da franquia, você precisa tomar medidas precisas, no tempo certo, na ordem certa, sem chamar atenção demais para você. E quando você cumpre tudo certinho, aí surge o prazer. 


E Hitman 2 faz isso bem... boa parte do tempo. Ele até oferece em algumas das missões formas distintas de matar o alvo, diferente do primeiro jogo.


Em Hitman 2 você possui várias habilidades.


Você pode anestesiar o alvo com um garrava. Você tem até 5 doses para usar nos inimigos, quando mais se usa, mais tempo leva para finalmente terminar a animação. Quanto mais doses usadas, mais tempo o alvo fica repousando e mais tempo leva para ele avisar os guardas.


fio de fibra para estrangular os alvos.


Um modo furtivo. Em que o 47 anda sem produzir o som. O lado ruim é que ele é lerdo. Não pensem no lerdo de um jogo de espionagem padrão. O modo furtivo de Hitman 2 é dolorosamente lerdo, o 47 simplesmente anda na velocidade de uma lesma.


Segurando o botão de furtividade o 47 agacha. Ele serve para se esconder atrás de objetos menores.


Também tem o mapa. Ele mostra a situação de todos os NPC's na dificuldade normal e expert. No profissional apenas mostra a posição dos alvos, o que realmente torna a ação de olhar pela fechadura das portas algo bastante útil.


Um binóculos que nunca usei, abrir fechaduras trancadas, e obviamente armas. Uma variedade absurda de armas, vão de AK47, a 9mm com silenciadora, até taco de baseball. Então caso queira jogar o jogo matando absolutamente todo mundo. Você pode, são raras as condições que o jogo falha uma missão por caso seja descoberto.


Ainda tem os objetos das missões que ficam marcados no mapa. Eles podem conter trajes úteis, itens essências para a missão como venenos, visão noturna...


E provavelmente o item mais relevante introduzido nesse jogo. A barra de suspeito. Quando o 47 toma uma atitude suspeita, os NPC's começam a ficar tensos, caso a barra de suspeito  fique muito alta e não diminua logo, eles descobrem você. Podia ser muito bom, mas a IA ruim e inconsistente acaba arruinando tudo  na maioria do tempo. Apenas ficar do lado de alguém,  mesmo com um disfarce vai fazer o alarme apitar na porcaria do máximo, então  tu quase sempre tem que ficar esperando  num cantinho caso precise atravessar um corredor estreito. E isso  nem é  consistente, tem missão que o a barra de suspeito apita apenas um pouco, então  tu nunca sabe quando vai precisar se esqueirar na maioria  do tempo ou vai poder andar livremente. Isso sem contar que a IA de vários inimigos podem falhar a qualquer momento, imagina precisar passar por um lugar, e para isso, é necessário que uma pessoa vire para trás por alguns segundos, agora imagine que ele nunca vire, ou no meio da virada ele repentinamente decide olhar de volta e vê você, ou até que seu alvo precise comer algo envenenando para ser morto,  mas ele nunca come. Yeah. A IA dos inimigos desse jogo é muito inconsistetente e estúpida, as vezes só chegar perto de alguém e a IA dele para de funcionar. 


Os tipos de missão são as mais variadas, algumas são o bom e velho pegar uma sniper, chegar num bom ponto, e atirar no alvo. Outras envolvem envenenar o alvo, explodir ele quando entrar no veículo, estrangular quando ele estiver sozinho. Alguns são mais variados como o de Terminal Hospitality em que você pode se disfarçar de um doutor e usar um bisturi para matar um alvo na sala de cirurgia.


Outras missões como dito oferecem formas distintas. Em Kirov Park Meeting existem dois alvos para matar. Você pode plantar bombas no veículo dos dois alvos ou pegar uma sniper e atirar nos dois alvos de longe.


Mas como disse, nem todas as missões são assim, tem algumas que são lineares, e nem todas envolvem matar um alvo. O Japão, por exemplo, tem quatro missões e duas delas o único objetivo é ir de ponto A a ponto B. 


Melhor dar uma visão geral delas.


Hitman 2 tem 20 missões. 21 se incluir a parte inicial com 47 e o Emillio.


A primeira, Gontranno Sanctuary foca na trama. Padre Emillio sendo sequestrado e 47 voltando a ativa, e uma parte opcional onde se é ensinado as mecânicas do jogo.


Anathema é a primeira missão real do jogo, e ele faz um trabalho decente de mostrar como uma missão da franquia Hitman deveria ser. Ela é provavelmente a melhor missão introdutória dos jogos clássicos. Encontre formas de chegar no alvo, faça os passos certos, e saia da área. Não existem muitas formas, e a IA nessa missão é um porre, mas pra uma missão introdutória é boa o bastante. 


Seguindo para a Rússia, temos primeiro St. Petersburg Stakeout, uma missão de sniper. É  uma das melhores  missões do jogo, apesar do rumo mais linear, a rota para pegar é fácil de entender e as medidas ao longo da tarefa são legais e não  irritam muito. Gosto principalmente da parte que você precisa identificar o alvo certo ouvindo as descrições dadas pela Diana. 


Kirov Park Meeting como já  dito, uma missão com mais formas de cumprir o objetivo. Deve utilizar uma forma de matar os dois alvos se encontrando no parque. Outra boa fase.


Tubeway Torpedo possui um mapa mais linear e uma duração mais longa, tanto que se recebe saves extras ao longo dela. Usar os instrumentos pegos no inicio da missão e ir cumprindo os passos é decente o bastante. E a mudança de ritmo para extremo furtivo ainda fora da base para perambular  sempre a vista dos soldados cria uma atmosfera legal de estar entrando  em algo complicado. O encontro  com o agente Smith sempre  é bom. Mais um ponto pra Rússia.


A Rússia termina com Invitation To A Party.  É meh. Honestamente uma festa social parecia que ia ser mais interessante do que acabou sendo. A IA é meio maluca e difícil  entender o que ela quer, e quando um disfarce vai prestar ou não dependendo  do local, e nenhuma das mortes é interessante  de fazer.


Até  agora Hitman 2 vem se saindo bem, o que torna a parte seguinte deprimente. 


Vamos pro Japão. Começa com Tracking Hayamoto. Apesar da parte furtiva ser um saco por ter de esperar muito tempo, além da IA cagada que pode não fazer o que deveria e arruinar tudo. Ela é razoável, e a forma de matar o alvo envenenando até que é legal.


Mas o Japão realmente desanima é  em Hidden Valley. O disfarce simplesmente não funciona, o que é compreensível já que é uma missão de ir de ponto A à ponto B. Porque tudo que eu quero num jogo assim é não matar ninguém. Ela é dividida em dois,  tem o túnel e a superfície. A superfície é lotada de snipers que te matam facilmente e soldados, e tudo que o jogo oferece é  um crossbow que só mata se acertar a cabeça, e a única  vantagem  dele de ser silencioso é inútil pra quem quer um ranking máximo, já que matar pessoas além do alvo prejudica seu rank. E tem o túnel, que apesar de não ser tão horrível, ainda pode te sacanear. Você entra na traseira de um caminhão para passar. Os guardas na primeira parte dele podem te ver na completa aleatoriedade, a não ser que  você use o mapa, você  não vai ver se eles vão te encontrar ou não  na traseira do caminhão, e tu não pode vê-los caso esteja jogando no profissional, então tu se fodeu. Tem a verificação no meio do túnel que muita gente reclama também, mas dá pra passar com consistência, é só saltar do caminhão antes, atravessar enquanto os guardas estão verificando, e depois você  salta de volta. Isso não torna essa missão boa, mas ela também  não é completamente ruim.


Em seguida At The Gates. Outra missão tão horrível quanto Hidden Valley. Hidden Valley ao menos te oferecia uma ideia de como progredir. At The Gates até hoje não sei como passar sem ao menos anestesiar um guarda e roubar seu traje, pra não ter algum sniper me trucidando. A parte dentro do castelo é mais decente e o padrão dos inimigos torna mais claro o que precisa ser feito, o que quase me faz considerar ela mais decente que Hidden Valley. Mas aí lembro que Hidden Valley é  curta, essa droga não. 


Após  duas missões  horríveis, temos Shogun Showdown. Uma das melhores missões desse jogo. Finalmente Japão! Duas fases pra chegar nesse desgraçado do Hayamoto. Ela com certeza não compensa a bosta das outras duas, mas ao menos  o Japão  termina  com uma missão  de matar um alvo, com uma quantidade  decente  de formas de mata-lo, além de coisas  únicas nela. Primeiro temos a aparição de Lei Ling, uma personagem de Hitman 1, e eu gosto quando personagens reaparecem; e segundo, finalmente  a porta duma missão  em que  um disfarce permite que eu fique  próximo dos guardas sem eles já prepararem as armas pra me tornar numa peneira, só  levou 9 missões pra isso. 


Temos a Malásia com Basement Killing. Forte candidata pra uma das melhores missões. A IA dos inimigos funciona direito, e asformas de chegar ao alvo são legais.  Inclusive adoro a ideia da sala onde o 47 precisa assassinar o alvo é  lotado restos de comida, e é preciso evita-las para não alertá-lo.


Graveyard Shift é  mais uma missão sem alvo. E a IA dos inimigos é  horrenda. Ainda sim, anos luz superior a Hidden Valley ou At The Gates.


The Jacuzzi Job, parecia melhor do que  acaba sendo. Você precisa desligar a luz e aproveitar  para matar o alvo, enquanto  rouba uns itens para aparentar um roubo. Nenhum desses itens é interessante e a IA te sacaneia novamente.


Partimos para o Afeganistão. Provavelmente a região mais sem graça do jogo. Ao menos o Japão tinha uma missão boa.


Murder At The Bazaar. As formas de matar não são interessantes, esperar o coronel é um saco, e relativamente fácil pra essa altura do campeonato. 


Motorcade Interception possui uma premissa parecida com St. Petersburg Stakeout, mas executado com a bunda. Envolve muita espera já que é preciso carregar uma sniper numa região lotada de soldados e civis. Tem dois pontos bons pra dar o disparo, um é  mais seguro de atirar sem preocupações, mas envolve andar se espreitando por mais tempo. Independente de onde tu dispare, os soldados da ONU vão sempre atirar em sua direção e o jogo estranhamente não vai contabilizar isso como um confronto... Qualidade!


Tunnel Rat. Mais uma invasão  de base subterrânea. Muita espera, IA esperando qualquer  desculpa para te metralhar. Nada interessante é  feito.


Agora vamos para a Índia. Uma região melhor no geral.


Temple City Ambush. O agente Smith é alvo de dois assassinos, você  precisa mata-los e tirar uma foto dos cadáveres. Conceito legal, mas o fator randômico mais incomoda que ajuda, e o fato de um dos assassinos ficar sempre no meio da praça prejudica muito conseguir o rank de assassino silencioso.


Death Of Hannelore. Seria muito  melhor se os NPC's fossem consistentes com as ações que vão tomando e alguém ver o corpo do alvo não falhasse a missão. Mas no geral é decente.


Terminal Hospitality. Uma ótima missão. O alvo está  numa mesa de cirurgia. A IA funciona relativamente bem, entender o que  deve ser feito não é  complexo demais. E a forma de matar o alvo é  ótima. 


Agora vem a reta final do jogo. 


St. Petersburg Revisited. Você retorna para Petesburgo e precisa fazer a mesma coisa da mesma vez, mas se prestou atenção  na cena antecedendo essa missão, você sabe que isso é uma armadilha. No final das contas, você precisa matar o agente contratado para matá-lo, mas como todas as informações da agência tão erradas, você vai ter que descobrir uma forma por si. Gosto de como ela avança a trama, e a ideia de entrar numa área  com tudo jogando contra você é um ótimo conceito. Mas matar o outro agente é fácil  quando tu sabe o que fazer, e o design dessa fase é  muito  tentativa e erro de forma barata.


Redemption At Gontranno. A última missão. E ela é  apenas atirar em todo mundo, quando o jogo não  oferece arma nenhuma pra tu, e você precisa se esqueirar/correr pra onde suas armas estão. A maioria dos inimigos usam armas que  podem te matar bem rápido. Uma missão  focada em combate, eu não preciso dizer porque acho ruim.


Pelo menos metade das missões desse jogo me incomodam, e boa parte delas seria bem melhor apenas melhorando a IA. Mas tirando Hidden Valley, At The Gates, Redemption At Gontranno, todas as missões geraram ao menos alguma satisfação ao fazer, mesmo exigindo suportar vários problemas. 


TEM UMA RAZÃO  PARA O NOME DO JESPER KYD SER O PRIMEIRO A APARECER



Os fãs de Hitman lembram desse nome mais do que  qualquer  outro  fã  de algum jogo que o Jesper Kyd já tenha participado.


E tem um motivo. Eles fez um ótimo trabalho enquanto participava da franquia. Em Hitman 2 a trilha sonora é  orquestrada e tem um tom heroico e de grande aventura. Quando o 47 retorna à ativa e a música começa a tocar, a sensação de algo épico  acontecendo e incrível, ou  quando você  está em Petesburgo correndo pelas ruas e a música toca, com aquele tom glorioso e opressivo, fazendo jus a poderosa Rússia. A trilha desse jogo capta bem a atmosfera da situação e do ambiente. Ela inclusive sofre variações dependendo de como você  vai indo na missão, ficando mais tensa quando os inimigos suspeitam muito do 47.


A única crítica  que  tenho é que as músicas  as vezes não deveriam ter lá. Basement Killing, por exemplo, quando a missão começa o jogo toca a mesma música de quando o 47 volta a ativa. Jogo? Eu não estou fazendo nada, ainda estou procurando uma forma de progredir, porque uma música épica agora?


Os efeitos sonoros são bons também. E as vozes... Personagens  principais  fazem um bom trabalho, mas os NPC's comuns são hilarias de tão horríveis, principalmente  porque a maioria deles possuem as mesmas vozes mau dubladas, principalmente  as estrangeiras que pronunciam as frases de forma errada. Até alguns personagens  mais relevantes como o Smith não é bem dublado, e o padre Emillio até  é  bem dublado no geral, mas a reação  dele ao sequestro é hilária de tão  tosca considerando a situação. 


CONCLUINDO 



Hitman 2 é o jogo que realmente direciona a franquia para os assassinatos bem planejados. Codename 47 variava de mortes planejadas, para sessões de quebra cabeças extensas ou vários combates. O foco, tirando a última missão, na furtividade é uma atitude na rota certa. Exceto que  isso ainda não é exatamente  como a franquia Hitman deveria ser.


Hitman da forma mais resumida possível, deveria ser o jogador explorar e trabalhar em formas interessantes de matar o alvo. Essa é a graça da franquia. 


E não  é  isso que acontece quando você  precisa perambular cautelosamente entre vários inimigos para finalmente chegar no alvo, e a forma de matar no final das contas é broxante. Tem missões  que chegam próximo do ideal dito acima, mas infelizmente  não são  todas.


A ideia do 47 se redimir é interessante, nunca chega a ser forçada, é a conclusão é boa. Pena que o jogo larga ainda no inicio  do jogo e só lembra nos 45 minutos  do segundo  tempo.


Os visuais envelheceram bem, e apesar da apresentação estereotipada das culturas, a sensação  de estar explorando o mundo é  legal.


Jesper Kyd fez um ótimo trabalho na trilha sonora do jogo, e ele é  uma das melhores coisas que já aconteceu na franquia.


A IA dos inimigos e a velocidade do modo furtivo são fezes. Fezes!


Hitman  2 Silent Assassin foi um grande passo positivo na franquia. Infelizmente  ele deve muito  as suas continuações que consertaram vários de seus problemas.


Ainda vale à pena jogar ele hoje em dia? Provavelmente  não, caso seja sua primeira experiência com a franquia ou andar silenciosamente e planejar seus passos não lhe agrade, tente o Blood Money ou algum dos novos.


Termino o artigo por aqui, o próximo deve demorar menos para sair que  esse, então  não fiquem incomodados.


Bom Carnaval para todos.


Nota: 7.0

2 comentários:

  1. God mano nunca joguei mas já vi alguns jogos da franquia. Ri muito na parte "hitman como fodão que é" kk

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    1. ja imaginei ele andando com uma explosao atras acontecendo

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