quarta-feira, 9 de março de 2022

Avaliando Golden Axe (Mega Drive)

 



Após altas aventuras avaliando jogos mais modernos e assuntos variados, e um  pedido de alguém que ler. Foi optado que dessa vez avaliaria um beat'up. E como minha imaginação é pobre o bastante para despertar interesse do Arthur do Val, eu optei por uma escolha óbvia e decidi escolher um dos primeiros que joguei, Golden Axe.


Eu poderia ter escolhido Streets of Rage, que também é um jogo que joguei bastante e foi um dos primeiros, mas como vi uma análise a não muito tempo, e não imagino como escreveria de uma forma que não zoasse parecido, foi Golden Axe mesmo.


Voltemos para a década de 80. União soviética ainda existia, hiperinflação era uma coisa, e tinha uma porrada de filmes de homens fodões musculosos. 


Grande época que não vivi.


Um desses fodões era Arnold "sobrenome fudido de escrever" Schawarzennegger, e um dos personagens interpretados por ele foi Conan o bárbaro. 


Um japonês chamado Makodo Uchida viu os filmes e pensou "Muito foda! Preciso criar um jogo sobre isso!". E ele fez, e em 1989 foi lançado Golden Exe para os fliperamas, master system e o Mega Drive, o último sendo a versão que vou avaliar.


Como a trama desse jogo é tão complexa e longa quanto qualquer outro jogo da época, não terá o alerta de spoiler de sempre.


SALVANDO O REINO DE UM GOLPISTA 




Um sujeito chamado Death Adder aprisionou o rei e a princesa, mas não só isso, ele também ficou em posse do glorioso Golden Axe. E agora coloca todo o reino de Yuria em risco, e não irá parar até se tornar o governante.


Eis que surge três bravos heróis para salvar a todos. Ax Battler, o bárbaro na imagem acima que busca vingança pela mãe morta pelos homens de Death Adder. Gilius Thunderhead, um anão buscando vingança pela morte seu irmão que morreu protegendo-o quando ocorreu um ataque ao Firewood Kingdom. E Tyris Flare, a princesa  do reino de Firewood Kingdom, que teve seus pais assassinados por Adder na infância. 


Após anos, os três se reúnem buscando por vingança pra chutar a bunda de Death Adder e fazê-lo pagar pelo mal que causou.


Já possuem o bastante pra serem protagonista de um jogo da Ubisoft.


E essa é a história. A maioria disso vai estar no manual do jogo, e não no jogo em si, caso estejam curiosos. O máximo de história que vai ter o jogo vai ser um pequeno monólogo no inicio, e outro próximo do final com o rei pedindo para que os heróis derrotem o mestre dele Death Bringer, que é o mestre de Adder. 


Yeah, isso é spoiler, mas quem joga Golden Axe pela história?


E também por algum motivo, Death Bringer só existe em algumas versões do jogo (a de Mega Drive é uma delas). Na versão de fliperama, por exemplo, ele não existe. Não sei porque a Sega decidiu fazer isso, mas quem sou eu pra questionar.


A trama não merece um oscar e é bastante simples, mas é decente pro período.


IDADE MÉDIA COM OCASIONAIS ABSURDOS FANTASIOSOS



Como a própria capa do jogo apresenta, a idade média é usada como a base do visual do jogo. Golden Axe vai por um tom mais fantasioso dela. Isso reflete em alguns inimigos como a caveira na imagem acima, nos ataques especiais dos protagonistas, as vezes nos cenários como novamente a imagem acima, onde uma ave enorme é o chão!


Você também anda em cima de uma tartaruga gigante, o que me faz questionar quantas criaturas desse tamanho existem no universo de Golden Axe.


Ele também se prejudica por ter saído no inicio da vida do Mega Drive, o que impediu ele de ser mais detalhado e bem trabalhado. Ainda sim, é um jogo que conseguiu envelhecer bem pra algo saído em 1989, principalmente saindo no único console caseiro até o momento que permitia gráficos assim. 


Os protagonistas são bem detalhados, os inimigos são razoáveis, não são muito variados e usam a velha regra da mudança de cor, e só existe uns três visuais apenas para os chefes, sendo um deles para o Death Adder e Bringer.


Mesmo os cenários mais surreais como o montado na tartaruga e na ave não são muito distantes do padrão. Além deles é mato, vila, terreno árido, muro, castelo. São bem simples e bem feitinhos apenas.


Os poderes são mais interessantes. O visual delas variam de acordo com a quantidade de poções mágicas adquiridas. personagens ruins na magia como o Gilius não terão efeitos interessantes na sua magia que é só uns raios toscos. Ax Battler já saí coisas mais interessantes, apesar do inicio apenas serem explosões mequetrefes, no último nível tem um efeito de uma grande explosão destrutiva. Mas é a Tyris que possui as magia realmente legais, variando de espíritos de fogo, ondas flamejantes, erupções... até chegar no último nível com a cabeça de um dragão cuspindo fogo no cenário inteiro. Magias são um espetáculo visual enorme.


A música é bem feita e até bem memorável. O chip de música do Mega Drive era esquisito, dificilmente dava pra fazer algo bom nele. Mas felizmente Golden Axe é um dos casos que algo bom saiu. Na verdade, talvez o chip de música tenha ajudado. Provavelmente a emissão de som mais arcaico do Mega Drive ajudou no tom medieval que o jogo tenta passar. Ao menos na minha opinião. 


Ela vai na linha de aventura heroica lotada de altos desafios que se esperaria de um jogo medieval de fantasia. É aquele tipo de coisa que combinaria numa partida de RPG com os amigos.


UM COMBATE QUEBRADO




Rejogando Golden Axe após vários anos, eu percebi como ele é simples. Ele não me gera a mesma sensação de outros beat'ups que joguei. Não sei explicar exatamente o porquê, mas talvez fique claro dizendo como ele é.


Você pode escolher entre os personagens que quer jogar num menu de escolha que eu acho ótimo até hoje.


O menu de escolha


Terá variações em como os três protagonistas se jogam. A maior variação está nas magias que exigem quantidades distintas de magia para completar a barra de magia, e o dano que as magias causam, sendo o Gilius bem fraco, o Ax mediano, e a Tyris forte nesse quesito. Os ataques físicos são mais variados, apesar de não ser bem óbvio essas mudanças. O alcance dos ataques é variados, sendo Gilius o com o maior (irônico considerando que ele é um anão) Ax sendo mediano e Tyris com pouco. As investidas do Gilius e Tyris são de certa forma iguais entre si, não notei muita diferença entre eles, mas são superiores ao do Ax. 


Tu pode pular, bater, correr, dar investida e ataque aéreo. Podem ser usadas magias que variam dependendo do personagem e da quantidade de poções mágicas possuídas pelo personagem. Também existe duas montarias, uma galinha mutante com cauda espinhuda, sem assas, com apenas duas pernas e pele de de réptil, e seu ataque é girar a cauda. Ele parece mais um dinossauro que uma ave. E o outro é um dragão sem asas que cospe fogo, com variações de cor.


Primeira coisa apontar é que as magias apesar dos visuais distintos, elas funcionam tecnicamente de formas iguais, todas elas causam dano em todo o cenário, só variando a quantidade do dano. Não efeitos para paralisar, congelar, envenenar, ou outra coisa do gênero. É o basicão.


Mas a grande sacada é que elas enganam. Apesar da Tyris realmente poder usar magias mais poderosas, ela também precisa de mais poções de magia, então a não ser que se guarde todas elas pra causar um grande dano num chefe, a diferença entre os três personagens na magia é praticamente nula, porque eles causam o mesmo dano com a mesma quantidade de poções de certa forma.


E por isso o Gilius é o melhor personagem, e se foda quem defende o contrário.


Os inimigos são capazes de fazer os mesmos truques que os personagens que você usa, todos que podem usar investida e ao menos o esqueleto vai atacar e saltar ao mesmo tempo. E como eles podem correr e atacar, distância não vai garantir sua segurança por muito tempo nesse jogo. Ainda bem que como você, correr e dar investida só pode ser realizado pra frente, o que significa que um leve pressionada nas setas na direção de baixo ou de cima já te salva de um desses ataques.


Eles são bem covardes no modo de agir, sempre se afastando de você quando se aproxima. Isso acaba gerando algumas vantagens, principalmente na batalha contra Adder e Bringer, mas deus! Se torna tão horrível simplesmente enfrentar cada um dos inimigos, eles só ficam se afastando e afastando, aí os inimigos começam a se agrupar em sua volta, você virá pra tentar bater no cara que tava se aproximando nas sua costas, e o cara que você tava tentando acertar desde o inicio vai e te acerta.


Isso é tão frustrante, tanto...


E os inimigos não terão pena, quando estiver no alcance deles, eles vão bater, muitas vezes vão dar a investida sem aviso. Piora com as montarias, aí mesmo eles vão abusar da investida como nunca.


Mas o jogo também oferece umas molezas. Umas delas são o bom e velho abismos que são morte instantânea, elas podem te matar também, mas o prazer de destruir seus inimigos jogando eles no abismo não pode ser perdida, e eu sei que tu amava usar fus ro dah para fazer o cara voar longe no Skyrim, porque eu também amava.


E um modo mais sútil que é atacar os inimigos estando num piso inferior. Yeah! Os inimigos do jogo não sabem o que fazer quando você ataca eles quando estão num relevo superior e você estiver colado na parede abaixo dele


Engula seu piso superior Obi-Wan!


Ele não usa investida, não ataca, ele basicamente fica lá apanhando. Infelizmente só pode ser usado em pouquíssimos momentos do jogo.


Os chefes são uns caras gordos bigodudos que se repetem bastante, cavalheiros que se repetem bastante. Os dois apenas dão mais dano e são mais rápidos para darem um ataque.


Death Adder diferente de outros inimigos, ele possui uma magia. Ela acerta o chão e se torna um ataque teleguiado que tente acertar o jogador. 


Apesar de Bringer ter o mesmo visual, ele não é igual a Adder nem fudendo. Toda vez que ele te acerta um golpe ele usa uma das magias dos protagonistas. E ele também consegue usar o golpe teleguiado, mas agora são seis deles, e caso você seja acertado por qualquer um deles, ele usa a magia final da Tyris em você. E isso sem esquecer que tem ajuda de dois esqueletos pau no cu do caralho. Eu sei que outros chefes também tem auxílio, mas o Bringer chamou os esqueletos supremos que podem peitar a Morte de Castlevania para ajudar, porque eles não morrem! 


Yeah... A batalha contra o Bringer foi irritante.


Avaliação final sobre o combate do jogo. Ele é sacana e pode te fuder bonito se tu não souber o que tá fazendo. Mas é só lembrar do poder de seta pra cima e pra baixo, abismos e piso inferior que você consegue se virar. Exceto contra o Bringer, aquilo é um câncer.


O jogo é curto como o costume de jogos da época, tendo apenas 8 fases no total. E o último é só o combate com o Bringer, e nenhuma delas são longas. Geralmente tu não precisa enfrentar nem 20 inimigos em cada fase. Pode concluir em uns 5 minutos ou menos cada.


No meio delas terão uns ladrões baixinhos que carregam poções de magia, você consegue tirar a poção deles batendo neles, eles são basicamente bônus, mas eles ficam se movimentando e irão embora depois de um tempo. Eles também aparecem no final das primeiras fases. Eles tentam roubar suas poções de magia, e você pode aproveitar para recuperar e conseguir algumas mais, também tem ladrões verdes que dão vida. Oh Yeah!!!


Esses ladrãozinho são divertidos. Perseguir eles pode ser meio irritante, mas o prazer de bater em alguém pra descontrair é estranhamente prazeroso. E não é como se Golden Axe tivesse um tempo limite pra você avançar ou terminar a fase.


O jogo também tem um modo de combate entre dois jogadores. Onde os dois podem decidir de uma vez por todas quem poderá aproveitar o reino em recuperação para aplicar um novo golpe contra a realeza.


A verdadeira batalha final! Pelo menos na minha cabeça se eu tivesse alguém pra jogar junto...


CONCLUSÃO


Jogue apenas por três motivos. 


O primeiro por ser um grande fã do gênero e querer conhecer um clássico que ajudou a pavimentar o que temos hoje. 


Segundo se nunca ter jogado outro beat'up na vida, você não saberá o quanto esse gênero pode oferecer de melhor.


E por último, caso tenha jogado na infância e sinta uma ligação emocional com ele. Quem sou eu para impedi-lo?


Não é um jogo ruim, mas ele obviamente mostra a idade com o sistema bem simples. 


Os personagens não são bem equilibrados. O Gilius é muito melhor que o resto no combate, e o sistema de magia destrói bastante a ideia da magia valer à pena exigindo mais mana de quem se beneficiaria dela.


As batalhas contra os inimigos são um saco com a postura defensiva deles, e a melhor forma de enfrentar eles é quebrando o jogo de alguma forma. 


As batalhas contra os chefes varia pouco dos inimigos normais, exceto no caso o Adder e Bringer, e no caso do último, a batalha é um grande saco.


Esses problemas prejudicam o que poderia ser um jogo melhor. Até diria que o resto da franquia trabalha bem em cima desses problemas, mas eu não me importo muito com os outros Golden Axes pra verificar, porque eu sempre preferi a franquia Streets of Rage. 


Pronto, falei.


Obrigado por terem lido mais um artigo, e na próxima pretendo falar de uma continuação de um jogo que já avaliei aqui no blog. Duvido alguém acertar.


Nota: 6.0

   

Um comentário:

  1. "E como minha imaginação é pobre o bastante para despertar interesse do Arthur do Val" kkk que linha foda kkkkkkk

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