domingo, 1 de janeiro de 2023

2022 o que eu achei interessante




Vocês lembram quando fiz aqueles dois artigos sobre o que gostei e não gostei lá em 2018, e como nunca mais repeti por escrever raramente aqui? Pois é, isso continuara uma coisa, porque dessa vez só farei um artigo das coisas que gosto, pois preguiça.

2022 foi um ano um pouco mais intenso que o normal, principalmente a segunda metade, por isso parei nesses últimos meses, então não deu para acompanhar tanta coisa assim, então se sentir que saiu algo interessante em 2022 que eu não mencionei, eu possivelmente não vi (ou me esqueci quando escrevi isso).

Esse artigo seguirá as mesmas regras dos artigos de 2018, significando que apesar do 2022, terá obra de outros anos aqui que eu só consumi em 2022.

Ouriço azul em todo canto



Teve um bocado de coisa pro Sonic nesse ano, e como todos lembram, eu gosto do personagem. E fico feliz em falar que estou satisfeito com como a franquia se desenrolou nesse ano.

Como mencionei no filme do Sonic 2, o filme é um bom filme pra passar na Sessão da Tarde. Tendo um pouco mais de ênfase em elementos dos jogos e uma mensagem sobre família como todo bom filme infantil.

A relação do Sonic com Tails e Knuckles é legal, mesmo o Tom e a Maddie não participando tanto no filme, a participação dos dois também é interessante. Jim Carrey sempre é motivo pra ao menos ter curiosidade. E acabou mostrando que a Universal ter feito algo decente com Sonic lá em 2020 não foi só um golpe de sorte, conseguindo fazendo até um filme melhor, me deixando até ansioso pelo terceiro filme.

Mas por favor pessoal, ele não massacrará Avatar 3, parem de ser estúpidos.

Teve o Sonic Origins, o maior fiasco dá franquia nesse ano. Além de ser a milionésima coletânea de jogos principais do Sonic clássico de novo, a Sega colocou um preço completamente surreal na coletânea, e nos outros jogos da Steam.

Raios! Todo jogo do Sonic recebeu um aumento no preço. Sonic Generations tá sendo cobrado por 100 reais! Um jogo de 2011! Compara com qualquer outro jogo que saiu aquele ano e veja se tem algum com esse mesmo preço.

Mas ok, essa coletânea apesar de ser mais uma coletânea de Sonic clássico pouco necessária por já ter muitos fan games de Sonic direcionados a tornar Sonic clássico melhor como Sonic 3 AIR, ainda pode ser uma boa pra quem vá começar. Tendo novidades como o glorioso widescreen, as cenas de introdução para cada um dos jogos que são bem bonitas, acrescentaram umas missões extras que existem. É melhor que uma coletânea média até o momento que você vê que Sonic 3 é completamente bugado e uma abundância de músicas foram substituídas pelas versões do protótipo. Que a Sega por algum motivo pegou uma versão em qualidade ruim, mesmo as Blue Spheres tendo a melhor versão delas???

Então o negócio é caro, não oferece nada realmente relevante e novo, e a Sega conseguiu ferrar Sonic 3, que era o jogo que mais precisava de uma nova versão oficial em widescreen. Incrível!

Sonic Prime que era a mais nova série do Sonic (e já fez minha lista com séries do Sonic envelhecer mal), teve seus primeiros 8 episódios lançados na Netflix a duas semanas.

A série é ok… ela é bem infantil e não tem pretensão nenhuma de ser algo além disso. O que me fez questionar como raios teve gente achando um problema o dublador brasileiro do Sonic, Manolo Rey, parecer muito bobo. A série em si, é boba, que versão de Sonic Prime “serious bussiness” é essa que vocês viram?

E um detalhe importante a ser mencionado, dublagem brasileira da série completamente zuada. Os caras usam uma porrada de termo em inglês sem necessidade como rings, mesmo anéis sendo a tradução que todo fã usa desde sempre. Mas acho que o pior foi Esmeraldas Chaos, isso doeu na alma.

Tirando essas coisas, a série é perfeitamente assistível, e até tem uma animação bacana.

Ironicamente a série tem até seu próprio Chris Thorndyke, que seria o Tails edgy. Aquele Tails que todo fã de Sonic babou ovo com aquela cena dele interagindo com o Sonic. Eu sei porque fui um deles.

E falo que ele se assemelha com o Chris porque ele é bem aficionado pelo Sonic, e só dar valor a ele. Exceto que diferente do Chris tem justificativa boa para isso, considerando que o Sonic foi a única pessoa a ser legal com ele e mostrar que se importa. Isso sem considerar que esse Tails é bem útil.

E aproveitando esse momento que falo que Sonic Prime fez algo melhor que Sonic X, pra dizer que apesar de não ser lá essas coisas, ainda é melhor que Sonic X.

Sonic Triple Trouble 16-Bit foi a grande surpresa dese ano. Um fan game reimaginado o clássico Triple Trouble como um jogo 16 bit clássico do Mega Drive, ou mais corretamente, essas versões definitivas que Sonic 1 e 2 receberam no Android. E o resultado é um jogo fantástico! Melhor jogo do Sonic nesse ano! Talvez melhor fan game que o Sonic já teve. O criador introduziu várias mecânicas novas além de elementos de Sonic 3 como as cenas entre fases.

Se fosse para apontar um único defeito nesse jogo é que ele é bem curto, mesmo em comparação com os clássicos, o que nem é tão culpa do criador do fan game, já que Triple Trouble original também era curto.

Triple Trouble 16-Bit é o exemplo a ser seguido quando se trata de fan game. Emulando Sonic clássico com perfeição, parabéns para os envolvidos.

E finalmente, Sonic Frontiers.

De tudo relacionado a Sonic nesse ano, isso era o que eu queria e achava que a franquia realmente tava precisando, um bom jogo 3D do Sonic.

E a Sega conseguiu, finalmente após uma década.

Não estava muito negativo com a qualidade do jogo como alguns. Mesmo aquela apresentação do cara da IGN que geral odiou por ele não ter jogado bem não me incomodou, porque aquilo era mais próximo de como as pessoas iriam jogar o jogo no início mesmo, então me pareceu uma apresentação honesta.

O jogo lançou, acabou sendo na maioria o que eu esperava. Tiveram algumas surpresas. Esperava que os estágios iam ser o ponto forte e o mundo aberto ia ser fraco considerando que ia ser a primeira tentativa, mas não, foi o completo oposto. As fases fechadas desapontaram, principalmente porque a Sega reutilizou o level design de jogos anteriores para fazer a maioria das fases, com as últimas sendo um pouco mais originais. E o mundo aberto tem um bom bugado de exploração e genuínos momentos de criatividade dos criadores.

Claro que ainda tem muito a ser melhorado nesse mundo aberto. Poderia ter uma dependência menor em trilhos, apesar desse jogo, tirando SA2, ter sido o que mais os utilizou interessantemente. Uso de físicas e momentum. Muita interação no mapa acabam te levando para alguma direção que você não tava querendo. Os combates sendo a grande novidade, e de certa forma, o melhor combate que já teve num jogo do Sonic, ainda é bem simples e fácil.

E não acredito que preciso falar dos elementos do cenário aparecendo do nada na tela, já que até quem endeusou o jogo reconhece que esse jogo tem severo problema nessa área.

Mas de tudo isso, o que possivelmente mais cativou foi o tom da trama. Como todo fã de Sonic sabe, a última década foi marcada por jogos muito voltados para o público infantil e na comédia (uma comédia ruim por sinal). Isso deixou muitos fãs com um gosto ruim, principalmente quem gostava do Sonic mais sério dos anos 2000. Então Frontiers aparece prometendo consertar isso.

Falando do melhor primeiro. Frontiers tem possivelmente a melhor caracterização que o Sonic e amigos tem em muito tempo, e com certeza as melhores expressões faciais da franquia, tornando essas interações bem mais interessantes de acompanhar.

A história em si? Ela tenda explicar a origem das Esmeraldas do Chaos e tenta interligar os jogos. Ela com certeza é pior do que tu esperaria, ela com certeza contradiz alguns jogos, principalmente o Unleashed. Sega tá tentando tornar uma franquia inconsistente simplesmente dizendo que tudo é canon, fazendo os personagens referenciarem tudo que aconteceu ao longo dos 30 anos da história da franquia. Não ia dar certo, mas para muitos foi o bastante para ter esperanças em história boa no futuro.

Minha visão do jogo não foi a obra-prima que muitos fãs de Sonic enxergam, mas um bom passo para o rumo certo. Como o filme do Sonic 2, me deixou ansioso pelo que pode vir no futuro, principalmente pelos bons números de venda, que devem dar mais segurança pra Sega investir mais na franquia. Coisa que não vêm acontecendo desde o fracasso de Sonic Boom.

Em geral, foi um ano legal para o ouriço. Nada realmente vergonha alheia como 2017 com Sonic Forces, e saíram umas boas pérolas disso tudo.

Filmes que eu lembro no momento



Não assisti a filmes lançados em 2022, pois não teve muita coisa me animando. Tirando Sonic 2, mencionado na lista anterior, os filmes foram Top Gun: Maverick e Northman, não incluindo as animações que estarão logo abaixo.

Maverick é um dos melhores exemplos de continuação de uma obra clássica feito do jeito certo. Entenda e celebra o que a obra original era, enquanto até melhora certas coisas do filme original. Top Gun original tirando as cenas nos jatos é chato, eu dormi assistindo ao filme, os personagens e a trama simplesmente não são interessantes.

Aí o moderno vem trazendo o Maverick mais velho tendo problemas pra se ajustar a uma realidade em que ele não importa tentando se perdoar pela morte de um companheiro, enquanto treina o filho desse mesmo companheiro. E esse tipo de coisa se reflete um pouco em todos os personagens que, em geral, tem personalidades carismáticas, mesmo sendo simples. O filme tem um fator emocional legal nesse filme, até utilizaram o câncer real do Val Kilmer como parte do personagem que ele interpreta, o que é bacana.

E caso se perguntem, as cenas dos jatos são incríveis, e me fez lembrar o quão batalhas aéreas podem ser intensas e estimulantes.

Northman é uma simples história de vingança, mas raios! O filme não se contém nem um pouco. É sujo, brutal, depressivo e direto ao ponto. Se tu não quer ver uma jornada destrutiva de um homem rumo a situações bem infelizes e pesadas, culminando num confronto final épico entre dois homens que perderam tudo, não veja esse filme.

Caso não seja esse tipo de pessoa, assista, é excelente.

Foi tudo que lembrei nesse ano, e não tenho nada de anos anteriores que não já tenha assistido em anos anteriores.

Agora os seriados


A lista de seriados foi um pouco mais interessante neste anos. Os seriados são Além da Imaginação de 1959, Star Trek série original, Sopranos e The Orville.

Três das quatro são bastante focadas em questão morais/éticas com ficção cientifica, deu para identificar minhas preferências com essa.

Começando pela série original de Star Trek, porque ela não envelheceu da melhor forma que deveria se esperar de uma série dos anos 60. Não vou mentir, muitos dos temas são bobos atualmente e os efeitos com certeza devem ter sido impressionantes na época, mas não hoje em dia. Os filmes da série original envelheceram bem melhor, e você com certeza deveria começar, caso tenha interesse no universo, assistindo Nova Geração.

Inclui Star Trek de 66 por um único motivo, eu genuinamente gostei da vibe que ele passa. Como as obras no passado eram, e observar o início de uma franquia que gosto me fez refletir com a indústria evoluiu com o tempo. Ver as aventuras do Kirk e Spock ainda lá no início, quando provavelmente os criadores nem sabiam que Star Trek ia ser tão duradouro. Entender melhor certas menções contidas nos filmes, inclusive o primeiro encontro deles com o Kahn me gerou a sensação de finalmente tudo estar fazendo sentido mesmo não sendo complicado.

A segunda série, Além da Imaginação (1959) diferente de Star Trek, envelheceu bem melhor, e se você não se importar em ver uma obra em preto em branco, eu não teria problema em recomendar para ninguém.

Todos os episódios lidam com uma ideia fora do comum. Alguns hoje em dia não tem conceitos tão estranhos, principalmente porque muita obra nos últimos 70 anos se inspiraram nessa série, seja pra parodiar ou apenas demonstrar carinho por ela, e outros vão te fazer pensar como provavelmente fizeram lá na época.

Ele não tem um tom específico. Certos episódios são quase tramas de terror, algumas são comédia pura, e outras praticamente são obras de amor. Tudo que conecta todos eles são o absurdo delas.

Sopranos como todas já devem saber, foi a série de família da HBO que fez imenso sucesso a 20 anos atrás, e pra muitos é uma das melhores séries de todos os tempos. Demorei pra assistir à série porque eram muitas temporadas e eu tenho problema em ver séries por achar que elas possuem muita encheção de linguiça.

Como toda série da HBO ela tem aquele charme de realismo com o absurdo que realmente pode acontecer na realidade, voltado a um pai de família que é chefe da máfia italiana em Nova York. A obra não é exatamente como os filmes italianos como Poderoso Chefão, e a própria série tem uma noção disso, explorando a ideia do Tony tentando ser esse tipo de mafioso, quando ele não é. E muito da trama se desenrola a partir disso.

É uma trama bem escrita, os personagens são bons, e uma nova visão sobre a máfia italiana pra quem não curte muito a versão idealizada. Máfia não é o meu tema favorito, mas Sopranos é bom o bastante para me ter feito perder trocentas horas assistindo todos os episódios de uma família disfuncional italiana.

E finalmente, a única série desse ano… mais ou menos. As duas primeiras temporadas de Orville não são de 2022, mas a mais recente terceira é, e ela é ótima. Caso não conheçam, Orville é uma série semelhante a Star Trek, no sentindo de ser uma obra sobre um futuro otimista onde a humanidade interage com várias espécies no universo, e tenta resolver todos os conflitos de forma diplomática.

Eu tinha minhas dúvidas sobre a qualidade da obra a princípio, já que quem criou isso era o Seth MacFarlene, que caso não saibam, criou Uma Família da Pesada. Não gosto de nenhuma das animações dele, e considerando isso achei que só ia ser uma comédia besta com o cenário de Star Trek. O próprio Seth ia protagonizar a série, então minhas expectativas tavam baixas.

E fico feliz por errar nessa. Descobri que Seth é um fã enorme de Star Trek, e assistindo à série, fica óbvio que o cara entende o espírito da coisa. Apesar de o início da primeira temporada ser mais a comédia esperada dele, a série se torna 100% Star Trek em sua essência bem rápido, e não tenho vergonha em dizer que adquiri um certo respeito pelo cara após essa.

Orville faz um trabalho tão bom que fico até triste de terem recusado que ele trabalhasse com as novas séries de Star Trek, que não me empolgam o mínimo para assistir pelas coisas ruins que vejo e ouço delas. Pelo que lembro, ele precisou mentir sobre as reais intenções de Orville para conseguir convencer o estúdio a deixá-lo criar a série, o que mostra que ele tava realmente a fim de fazer algo semelhante a Star Trek, e que ele genuinamente ama e respeita o material.

Não apenas encontrei uma ótima série que aprecio, mas também dou mais respeito para uma cara que não tinha o mínimo respeito antes, o criador de Uma Família da Pesada…



Ainda acho as animações dele uma droga.

E por falar em animações…

Animações foram com certeza uma coisa


A primeira animação que mencionarei é os Caras Malvados porque é a coisa mais antiga que me lembro de ter apreciado nesse ano.

A Disney não vêm me impressionando com suas animações já faz uns anos, e mesmos as melhores eu não lá essas coisas. Então a Dreamworks aparece com um filme que não parece que foi feito com a banda, uma animação legal, e parecia que ia ter um pouco mais de ênfase em ação e não comédia. Me pareceu bacana.

Como os trailers talvez tenham deixado claro, se trata de uma equipe de golpistas profissionais, e animais antropomórficos, sendo um grande problema na cidade que vivem. O último assalto dá errado é na tentativa de não serem preso eles aceitam passarem por um processo de reabilitação supervisionado pelo filantropo mais renomado da cidade.

O que faz o filme dar certo para mim, é que ele executa bem a ideia desses filmes com equipe de ladrões. A química entre os protagonistas e os plot twists são insanos.

Não insanos no sentido que não fazem sentido, mas no sentido que faz você dizer “OHHH!!!” 

É bem coisa QI 300, e isso é uma grande diferença.

O Dragão do Meu Pai. Esse filme me pareceu que ia me desapontar. Ao invés do protagonista ir se ajustar a uma nova realidade na cidade que não parecia amistosa, ele vai para uma ilha misteriosa. Talvez seja sacanagem minha reclamar considerando o nome do filme, mas a ideia dele tentar encontrar companheiros e se ajustar a esse ambiente tão deprimente me parecia algo que deveria ter mais em animações. E esse filme me pareceu que poderia fazer isso.

Quando ele finalmente encontra o Dragão, o bicho tem aquela personalidade, aquela de jovem tapado tentando ser legal.

Então, minhas expectativas não tavam altas.

Entretanto, o filme conseguiu recuperar minha atenção lá pelo meio, quando finalmente peguei qual era o ponto do garoto naquela ilha. E funciona bem para desenvolver a lição que o filme tenta passar sobre reconhecer suas limitações e amadurecer.

Os personagens possuem justificativas boas para fazerem o que fazem. Até o vilão apresenta uma razão boa para ter aprisionado o Dragão no início do filme.

Ele tem uma vibe semelhante a filmes da Disney nos anos 90 só que sem os musicais.

Pinóquio do Del Toro porque teve três filmes do personagem nesse ano, por algum motivo que já devem ter ficado carecas de saber já que todo mundo comentou como essa coincidência bizarra aconteceu. Ouvi teorias sobre o da Disney ter saído para rivalizar como o do Del Toro, mas nada realmente concreto, e não tenho explicação alguma pro Pinóquio russo.

Mesmo tendo sido o último dos três a ter sido lançado, foi de longe o mais bem recebido, o que não é estranho ou inesperado, considerando que o Del Toro é um diretor bem respeitado no meio e possui um bom histórico de filmes.

Diferente do Pinóquio original, esse se passa na Itália sob o regime fascista do Mussolini, aquele baixinho que era aliado do Hitler, e todo mundo esquece que existe mesmo sendo o “pai do fascismo”, pelo menos como as pessoas conhecem. Até aquela parte com a ilha onde as crianças se tornando burros foi transformado em um acampamento juvenil para tornar crianças em soldados. 

Pois é.

Apesar de o filme ter alterado substancialmente o cenário que a narrativa se passa e certos eventos, ainda é a história de um garoto de madeira aprendendo a ter uma bússola moral e conseguir ser uma criança de verdade. A ideia é bem executada nesse filme mesmo tendo certas liberdades artísticas como o Gepetto tendo outro filho antes do Pinóquio.

Ele é um daqueles utilizando técnica quadro-a-quadro, onde todos os personagens são feitos de massa de modelar, e a cada frame de cena é preciso alterar a posição deles. Isso, como talvez alguns não saibam, é difícil e exige muito trabalho, então já respeito os visuais só por isso. Considerando que quem tá dirigindo é o Del Toro, que provavelmente de todas suas obras, a parte mais famoso é justamente a estética, yeah… já deu pra imaginar que na parte visual esse filme é ouro.

Provavelmente minha animação favorita de 2022.

E por fim, um filme que não é de 2022, no entanto, sua história e produção me interessaram bastante nesse ano. The Thief and The Cobbler ou O Cavalheiro das Arábias. Esse filme era um projeto do animador Richard Williams que vinha sendo planejado desde a década de 60. E que finalmente recebeu uma versão para os cinemas apenas na década de 90.

Mas não é da versão dos anos 90, mas sim a versão que está no YouTube feita por pessoas utilizando seu tempo livre para tentar restaurar a visão original que o Williams tinha do filme. Até hoje essa versão não tá concluída, o que significa que já tem umas seis décadas tentando fazer esse filme como tinha sido idealizado, e o Richard Williams nem se quer está mais vivo para ver isso.

Vale muito a pena ler a história da produção desse filme, porque ela é absurda.

Já deu pra perceber que a produção desse filme foi um inferno. E tem uma boa justificativa, o estilo de arte e animação que ele planejava era completamente insano. Cheio de várias técnicas visuais, na linha daquelas imagens que dão a sensação de profundidade que todos acham impressionante, que fazem sua mantém se embaralhar toda.

Esse filme também tem uma história, protagonizada por um ladrão e um sapateiro se metendo em altas confusões.

Boa parte dele é o ladrão tentando roubar e falhando miseravelmente e o sapateiro tentando ficar com a princesa e falhando miseravelmente também. Mais pra frente no filme o foco muda para o exército do cara de um olho, que quer destruir Golden City, onde os protagonistas estão. Pois é, talvez não seja a trama mais profunda do mundo, mas vai por mim, o charme do filme tá nas interações e na criatividade das cenas, porque a animação tá bem ligada aos eventos que acontecem.

Aqui tem um link para a versão mais recente que novamente ainda não está concluída.

Animações também tem séries


Tirando Sonic Prime não assisti nenhuma série de animação desse ano, o mais próximo foi Arcane que é 2021. Mas se até o Game Awards ignora esse fato, eu também posso.

Teve algumas animações que me interessaram como o Cyberpunk Edgerunners e a terceira temporada do Mob Psycho, que ainda planejo assistir em algum momento.

Arcane é possivelmente o mais próximo que terei de contato com League of Legends sem ser pra pensar que não dou a mínima, porque eu realmente não me importo com o jogo. Mas a série em si, é bem legal, e mostra que a França quando se trata de animação consegue fazer coisas bem mais interessantes que Ladybug.

A série acaba sendo a origem para muitos personagens dos jogos com bastantes questões políticas, embora o foco principal seja a relação problemática da Vi com a Jinx. Existem muitas tramas que ficam recebendo destaque uma hora sim e outra não que estão relacionadas até certo ponto entre si. Os personagens em si, tem objetivos bem distintos que são bem complexos, até para personagens mais secundários. 

Conflito de classes também é uma coisa que essa série tem, e que por sorte é bem executada. 

E muita discussão sobre até quando estão dispostos a sacrificar para chegar no objetivo, e como muitos erros são realizados por desconhecimento ao invés de malícia, sendo algo que eu genuinamente aprecio quando uma obra explora essa ideia.

Essa série me fez ficar interessado no universo de LoL, coisa que eu nunca pensei que ia rolar, ficarei até feliz quando sair a segunda temporada.

Outra série interessante que assisti e já tava planejando assistir a um bom tempo era Swat Kats, uma série da Hanna Barbera lá de 1993. Quando o pessoal pensa na Hanna Barbera, geralmente é algo mais bobo e descontraído como os Flinstones (embora já tenham protagonizado comerciais de cigarros nos anos 60) ou Corrida Maluca, coisas mais simples. Ninguém pensa num desenho edgy protagonizado por dois gatos num jato, que constantemente lidam com aberrações horrendas, que normalmente a série até mostra matando alguém.

Yeah! O bom tipo de série! Acredito que tenha sido a razão de ter sido cancelado antes mesmo de concluir a segunda temporada, mesmo fazendo sucesso. O que me deixa puto, muito puto.

Como Top Gun: Maverick, essa é outra que me fez pensar como cenas de ação em veículos aéreos podem ser fenomenais, já que a maioria delas acontecem justamente no céu.

É bem o tipo de coisa louca e exagerada dos anos 90, principalmente animes, o que sempre me lembra porque gosto tanto das animações dessa década. Parecia que os criadores realmente se divertiam criando a obra, e talvez seja uma das razões da tarem tentando reviver a série através do Kickstarter. Duvido que vá ver a luz do dia em algum momento, mas se conseguir, ótimo.


Jogos porque não podia não ter


Tenho uma lista imensa de jogos que joguei nesse início de ano que meu cérebro simplesmente apagou da minha memória. Os que consegui lembrar no momento são o Risen, que escrevi um artigo nesse ano.

Como vocês devem lembrar, apesar de ter achado que o combate tinha seus problemas e o jogo tinha uns bugs medonhos, principalmente na versão que joguei que era no Xbox 360. Gostei de como era o sistema de progressão de nível, com ele influenciando em novas habilidades ou dando acesso a armas melhores. Também gostava como o personagem ia progredindo e as possibilidades de exploração aumentavam no decorrer do jogo, coisa que acho que poucos jogos fazem tão bem quanto Risen.

Conheci a franquia Ys que é uma boa de RPG voltado mais a ação. Eu já tinha jogado um pouco de Ys III, mas esse jogo não é dos melhores, principalmente sua versão do Super Nintendo, então achei que a franquia era muito pior do que realmente era.

Ao invés de muitas outras franquias de jrpg com foco sempre num protagonista novo, em Ys quase sempre você joga com o bom e velho Adol. Lidando com a situação absurda dele salvando o mundo quase todo ano. 

Ver o protagonista ganhando uma reputação e mais reconhecimento no universo ao decorrer dos anos, dando uma sensação legal de continuidade e progresso entre os jogos, mesmo a história sendo independente entre cada um.

Gostei do combate oferecido pelos jogos, inclusive o que envolve ficar esbarrando nos inimigos, que não são muito bem vistos nem entre fãs da série. Ainda não joguei os jogos mais recentes, que aparentam serem mais semelhantes com a franquia Xenoblade, mas tá na lista.

Teve Amnesia: The Dark Descent. Outro jogo que olha só, também teve artigo nesse ano! É quase como se fosse uma tentativa de fazer vocês acessarem o máximo possível de links, aumentando as visualizações e interesse no blog.

Em questão de atmosfera e mecânicas, Amnesia é fenomenal. O jogo trabalha bem com a ideia do terror psicológico, não num sentido narrativo como SH2 infelizmente, mas muito bem na parte de jogabilidade, sempre gerando uma sensação de risco constantemente em várias tarefas, fazendo você mesmo se sabotar e atrapalhar todo esperando pelo pior que muitas vezes não acontece. Isso é uma coisa que falta em jogo de terror, principalmente porque quando tentam a execução é bem porca, e se torna uma tentativa tosca de meter jump scare constantes.

A coisa que me entristece é que Amnesia é um ótimo jogo, mas também levou a uma geração de jogos de terror apelativos com sessões irritantes de ficar esperando e se escondendo.

Nesse momento que falo de jogos relacionados a Sonic que é claro que ia ser uma coisa. Nesse caso Freedom Planet 2 e Spark 3, o primeiro sendo semelhante a Sonic 2D e o segundo aos 3D.

Ótimos jogos que vocês deveriam jogar, principalmente se curtem Sonic. Freedom Planet 2 tem melhor pixel art que uma caralhada de jogo, que diferente de vários outros indies modernos que se vendem pela nostalgia, realmente parece uma evolução ao que se tinha nos anos 90 e não um retrocesso. E Spark 3 mesmo tendo modelos 3D simples, é um estilo de arte até bem único, mesmo sendo ainda compartilhando uma estética semelhante aos outros jogos do criador, Lake Faperd.

Acima de tudo, os dois são divertidos de jogar, por gente que realmente entende como fazer jogo de plataforma voltado para velocidade, eu até diria que são melhores nesse aspecto que Sonic Frontiers (e bem mais barato também).

Os dois tem uma história insana, principalmente Spark 3, mas acho que fãs de Sonic tem dessas.

Quadrinhos com selo de qualidade


Esse ano tentei dar uma oportunidade a quadrinhos que eu não sou de ler tanto assim, mesmo incluindo mangas, para surpresa de alguns.

Então começando pela obra que começou o meu interesse em 2022, a do The Boys. Pois é, The Boys tiveram uma caralhada de vídeo falando o quanto a HQ é uma bosta, o que eu não concordo completamente. Tem vibe coisa edgy dos anos 2000, com piadas envolvendo merda e putaria em todo canto, ou extrema violência que apenas acontece, que muitas vezes você apenas se pergunta “por quê?”.

Contudo, teve tanta coisa que achei interessante, principalmente as críticas contidas na HQ relacionadas a indústria de armas, as tendências que se tinha nos quadrinhos na época, e várias outras questões e assuntos que a série da Amazon nem toca ou é muito mais superficial quando tenta abordar.

Até prefiro os personagens na HQ, em geral, também. Não me incômodo tanto com o “the boys são muito overpower” que muita gente crítica na HQ, porque eu não acho que uma trama deixa de ser interessante se não envolver os protagonistas apanhando e se ferrando 100% do tempo. Acho isso quase tão estúpido quanto protagonista Mary Sue, porque é literalmente vilão sempre tendo um plano mirabolante tirado do cu que torna ele um problema, e isso começa a se tornar previsível e irritante, e quando o herói finalmente vence parece que o vilão finalmente decidiu ser burro.

Concluindo, eu gostei da HQ, tem seus problemas, principalmente relacionado ao ritmo da trama, mas eu genuinamente gostei.

Outro quadrinho interessante foi Bone, que tinha expectativa de receber uma animação da Netflix, mas como sempre, Netflix foi a Netflix e não fez. Acabei conhecendo pelos jogos da Telltale, que fez dois jogos relacionados a obra lá nos anos 2000, antes da empresa ficar famosa.

A história resumidamente envolve três primos que fugiram de sua cidade natal, chamada Boneville. Um deles, Phoney, se envolve num drama que não agradou os moradores da cidade, e os outros dois, Smiley e Fone (protagonista), o ajudaram a escapar e agora rumam ao desconhecido. 

Os três param num vale, e bem, a situação no vale é complexa, e só vai ficando mais complexa, envolvendo rituais macabros e indo até disputas políticas.

Uma coisa que particularmente gosto é quando uma trama começa bem simples e vai se tornando cada vez mais confusa. Se criando cada vez mais questões e dúvidas que vão surgindo com o tempo. Não sei explicar a razão disso, talvez seja a ideia de ser um estranho que acabou se envolvendo em algo que tinha proporções não esperadas por acidente. Cada coisa que vai surgindo acaba sendo uma surpresa que faz você ficar buscando respostas, tentando adivinhar o que mais pode vir aparecer.

Eu falando como se Bone fosse algo talvez mais maduro e difícil de ler do que realmente é. Ele foi idealizado mais para um público mais jovem, e ele tem um grande foco no humor inocente até. O que de nenhuma forma é um demérito, Bone é ótimo para qualquer idade, inocente o bastante para o público infantil, e inteligente o bastante para os adultos.

Acho que acabei gostando porque é simplesmente uma boa história de fantasia mesmo.

Entrando na área dos mangas teve o Dragon Head.

Teve um momento nesse ano que tentei ler mangas voltados ao terror. E esse foi que mais ficou grudado em minha cabeça. Talvez a razão seja que o terror tenha vindo de um cenário de desastre natural, e não de um monstro ou um vírus, e todos os problemas que ocorrem acabam sendo consequência da falta de suprimentos ou pessoas perdendo a cabeça devido ao desastre.

A obra nunca chega a afirmar o que causou todo esse desastre, e nem chega a dizer até que nível o caos chegou. Não se sabe se o problema apenas afetou o Japão ou o mundo todo. Nem mesmo dá pra dizer se a causa é natural ou uma força desconhecida pela humanidade.

E isso acaba auxiliando na parte psicológica da obra. Uma das maiores questões é que os protagonistas não sabem absolutamente nada sobre nada. Não sabem se suas famílias estão bem, se o governo aparecerá em algum momento para ajudar, se vai ter algum lugar seguro que não foi afetado, cada um desses itens testando o psicológico deles.

Acho que é uma boa leitura para refletir como os sobreviventes que passam por situações semelhantes de grandes desastres, ficam pensando sobre o que estão passando. É uma abordagem interessante sobre obras de desastre que eu não tinha pensado tanto, e que se mostrou fascinante.

Outras obras interessantes que lembrei e a preguiça me impediu de falar:

Crysis 1 (jogo)
Quake 2 e 4 (jogos)
Planet Laika com patch de tradução que saiu a não muito tempo (jogo)
Wolfwalkers (filme de animação)
Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo (filme)
Estranhos Prazeres (filme)
Tartarugas Ninjas de 2003 (série de animação)
Wonder Over Yonder (série de animação)
Nnewts (história em quadrinhos)
The Drifting Classroom (história em quadrinhos)
Don't Hug me I'm Scared (série)

Encerrando

A ideia era ainda entregar esse artigo em 2022, mas acho que não será um problema se for em 2023.

2022 acabou sendo um ano importante para mim, principalmente porque finalmente conclui o curso que vinha fazendo na faculdade antes mesmo de começar esse blog, então um novo arco da minha vida começou de certa forma.

Não prometerei nada para 2023, porque geralmente não consigo cumprir o que prometo, mas planejo manter a média de pelo menos um ou dois artigos por mês, porque não deve ser difícil cumprir.

Meu Xbox 360 não tá jogável no momento e estou dependendo muito do meu Android no momento para fazer as coisas, então fazer as coisas nesse blog será mais complicado. Mesmo assim, não tenho intenção de alterar muito meu foco de jogos para outras mídias porque gosto de falar mais deles mesmo.

Acho que era tudo o que eu tinha para dizer nesse artigo. Desejo feliz ano novo para todos que tenham lido tudo isso, e tenham um ano melhor do que tiveram em 2022.

Até a próxima.

Um comentário:

  1. Legal o artigo mano, caramba cobre muita coisa desde sonic a Mussolini kkk mas gostei até me deu vontade de ver the orville me aparece legal, gosto do seth mcfarlene.

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